Jovens acreditam que “coito interrompido” evita gravidez
Um estudo internacional divulgado por ocasião do Dia Mundial da Contracepção, que se celebra no domingo, revela que “quase um terço dos jovens acredita que retirar o pénis antes da ejaculação é eficaz [para evitar uma gravidez], quando na realidade é altamente falível”.
O estudo “Contracepção: Afinal, de quem é a responsabilidade” refere que mais de 80 por cento dos jovens reconhecem a sua responsabilidade em usar um contraceptivo quando fazem sexo, mas 44 por cento dão mais importância à higiene pessoal (incluindo duche, depilação e aplicação de perfume) do que à contracepção quando se preparam para um encontro em que poderão ter relações sexuais.
O estudo multinacional, que abrangeu 25 países de quatro regiões do mundo e mais de 5000 jovens com idades entre os 15 e os 24 anos, concluiu que 45 por cento dos jovens sexualmente activos abrangidos pelo estudo já tiveram relações sem usar contraceptivos, um “aumento considerável de 25 por cento” em relação aos resultados de idêntico estudo realizado em 2009.
Apenas metade (51 por cento) dos jovens considerou estar muito bem informado sobre as opções da contracepção.
A razão mais apontada para a não utilização de contracepção é “não ter um método disponível no momento”.
Contudo, as situações variam de região para a região. Na Tailândia, por exemplo, mais de um terço dos jovens que admitiram ter praticado relações sexuais desprotegidas com um novo parceiro disseram que a razão principal pela qual não usaram um contraceptivo é que “não é fixe”.
No Reino Unido e na Noruega, onde os contraceptivos estão acessíveis a todos, um quinto dos jovens admitiu ter praticado relações sexuais desprotegidas com um novo parceiro porque “tinha bebido álcool e esqueceu-se”.
Na Rússia, mais de metade dos inquiridos acredita que o “método do coito interrompido” é fiável e no Peru um quinto pensa que a prática de relações sexuais durante o período menstrual é uma forma eficaz de contracepção.
Na Turquia, mais de um terço dos jovens acredita que tomar um duche ou banho depois de praticar relações sexuais é uma forma eficaz de prevenir uma gravidez.
O estudo, apoiado por uma coligação de 10 organizações internacionais ligadas à saúde sexual, surge numa altura em que o número de gravidezes não planeadas constitui uma grande preocupação global, particularmente entre jovens. Cerca de um terço dos 205 milhões de gravidezes que se verificam anualmente são não planeadas, sendo as taxas mais elevadas observadas entre jovens dos 15 aos 24 anos.
► Jornal de Notícias [24.09.2010]
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