quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ministra da Educação quer escolas a trabalhar de acordo com metas anuais

Educação

Directores consideram que metas são exequíveis, mas exigem mudanças na formação de professores


15.09.2010 — 14:00 Por Lusa

A Associação Nacional de Directores considera que as metas definidas pelo Governo para o sucesso educativo até 2015 são “exequíveis”, mas defende mudanças ao nível dos programas e uma aposta séria na formação contínua de professores.

A ministra da Educação está esta semana a reunir com os directores dos estabelecimentos de ensino, pedindo-lhes que estabeleçam metas anuais, ao nível da sua escola, tendo em conta a existência de um objectivo nacional para 2015, expresso em três indicadores: taxa de retenção, exames nacionais e abandono.

Ao nível do secundário, Isabel Alçada pretende que a taxa de retenção desça de 18,7 para 12 por cento. O mesmo indicador deverá ficar pelos dez por cento no que se refere ao terceiro ciclo do ensino básico (contra os actuais 13,8 por cento), pelos cinco por cento no segundo ciclo (7,5 por cento) e pelos dois por cento no primeiro ciclo (3,4 por cento).

As metas são exequíveis em termos nacionais. Em algumas escolas não serão atingidas e noutras serão ultrapassadas. Cada escola tem de olhar para si, ver como está e como pode lá chegar”, afirma Adalmiro Botelho da Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). Quanto aos exames nacionais do 9.º ano do ensino básico, o objectivo do Governo para 2015 é aumentar em quatro pontos percentuais as classificações positivas a Língua Portuguesa e Matemática.

Relativamente ao terceiro indicador, Isabel Alçada pretende que a taxa de desistência aos 14 anos seja inferior a um por cento, aos 15 menor que dois por cento e aos 16 anos abaixo dos quatro por cento, em 2015. O presidente da ANDAEP defende que para serem atingidas estas metas deveriam ser “simplificados” os programas do ensino básico, já que muitas vezes as matérias “cruzam-se” entre disciplinas e os alunos aprendem coisas “sem utilidade”.

Por outro lado, considera ser necessária uma verdadeira “política de formação contínua de professores”. “Há anos que estamos sem uma política de formação continua. Nenhuma actividade pode atingir metas e objectivos sem uma política de formação contínua. É preciso formação em muitas áreas”, defendeu.

Adalmiro Botelho da Fonseca defende ainda um aprofundamento da autonomia das escolas, sobretudo ao nível da contratação de professores. “Se as escolas são responsáveis por atingir os resultados têm de ter os activos materiais e humanos à sua responsabilidade. Temos de começar logo pelos professores. Temos de ter mais influência na contratação de professores”, alertou.

Na reunião realizada ontem em Braga com directores das escolas da zona Norte, a ministra pediu que estas metas fossem atingidas com “aprendizagens efectivas”, rejeitando qualquer ideia de baixar o nível de exigência. Segundo o presidente da ANDAEP, Isabel Alçada explicou que as metas de 2015 são definidas tendo em conta os objectivos da União Europeia para 2020, bem como os da Organização de Estados Ibero-Americanos para 2021.

PÚBLICO

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