quinta-feira, 9 de setembro de 2010

OPINIÃO > Armanda Zenhas: «Os mega-agrupamentos (1.ª parte)»

Os mega-agrupamentos (1.ª parte)

Armanda Zenhas 2010-09-08

A diversidade de situações e de problemas, já existente, multiplicar-se-á, tendo os educadores que lidar com um maior grau de incerteza e de, em menos tempo, integrar toda a informação, com um tempo diminuto para sobre ela reflectir e actuar de forma adequada.

A escola é a segunda família das nossas crianças.”

Frase anónima ouvida frequentemente

“Não queremos uma escola na qual se aprenda a sobreviver, desaprendendo a viver.”

Comenio, 1632

O calor do Verão trouxe os mega-agrupamentos, contestados por todos os sectores, incluindo pais, professores e autarcas, com argumentos de variados tipos. Centrar-me-ei em alguns, particularmente de natureza pedagógica.

É voz corrente que Portugal implementa, com atraso, experiências levadas a cabo noutros países e por eles já abandonadas por não terem sido bem-sucedidas. É o caso dos mega-agrupamentos, de acordo com o jornal Público de 19-07-2010. Num artigo assinado por Clara Viana, dizia-se que nas escolas da Finlândia “a pequena dimensão é apontada como uma das marcas genéticas de um sistema de ensino que se tem distinguido pela sua excelência”. Referia ainda esse artigo que, em Nova Iorque, escolas de grande dimensão têm vindo a ser substituídas por outras bastante mais pequenas, tendo o insucesso escolar diminuído muito.

Vou considerar dois tipos de mega-agrupamentos: “vários-em-um” e “um-em-vários”. Entre diversas “virtudes” dos mega-agrupamentos que ouvi apontadas por responsáveis governamentais, vou atender, em particular, à intenção de facilitar a transição entre ciclos, momentos em que os alunos têm mostrado mais dificuldades e maior insucesso e que, de acordo com eles, seria feita de forma mais harmoniosa. Continua…

Educare

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