quarta-feira, 8 de setembro de 2010

FNE defende ajustamentos nos mega-agrupamentos escolares e mais diálogo

FNE quer ajustamentos em “mega-agrupamentos” escolares e diálogo no processo

08.09.2010 — 18:57 Por Lusa

A Federação Nacional da Educação pretende ver ajustamentos nos agrupamentos escolares que resultaram de fusões “mal preparadas, sem diálogo com as famílias e autarquias e sem fundamentação científica”, disse hoje à Lusa o secretário-geral da FNE.

No final do primeiro dia de trabalhos do Secretariado Nacional da FNE, João Dias da Silva revelou que este foi um dos principais constrangimentos ao arranque do ano escolar identificados pela estrutura, que prossegue na quinta-feira a reunião.

João Dias da Silva frisou que se chegou ao primeiro dia do ano lectivo com famílias a desconhecer a solução para a escola dos filhos e que não está provado cientificamente o benefício de um grande agrupamento.

Pelo contrário, diz, “até está provado que unidades organizacionais excessivas não são favoráveis aos resultados escolares dos alunos”.

Há investigação científica que está a fazer até com que, em muitos países onde havia grandes unidades organizacionais, essas estejam a ser transformadas em pequenas unidades, porque essa situação conduz a uma melhor qualidade e maior proximidade na relação pedagógica dos docentes com os alunos”, disse.

A FNE pretende que o Ministério da Educação “tenha capacidade de recuar nas situações que forem mais gravosas” e que acompanhe o processo de forma aberta para, caso se verifique que a solução determinada não é a mais adequada, “possa vir a encontrar soluções no futuro”, num quadro de “diálogo com as famílias e as autarquias”.

O Secretariado Nacional analisou também hoje documentos de preparação do congresso, a realizar a 23 e 24 de Outubro em Aveiro, bem como a defesa de uma revisão do regime de administração das escolas, considerando necessário alterar a forma de constituição do Conselho Pedagógico.

Deve ser constituído por coordenadores de Departamento Curricular que sejam eleitos pelos professores, salvaguardando a necessidade de terem formação específica”, acrescentou.

A FNE quer também uma reformulação dos departamentos curriculares, com um departamento específico para a educação especial.

A simplificação administrativa da avaliação de desempenho dos professores foi outro assunto discutido no dia de hoje, tal como a salvaguarda das especificidades do trabalho dos profissionais não docentes nos casos em que houve transferência de competência para as autarquias.

PÚBLICO

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