O que leva o PSD a prometer medidas tão interessantes como a baixa da Taxa Social Única e disparates como a suspensão da avaliação dos professores? O eleitoralismo. Manuela Ferreira Leite corteja há muito uma das corporações mais poderosas do país, os...
O que leva o PSD a prometer medidas tão interessantes como a baixa da Taxa Social Única e disparates como a suspensão da avaliação dos professores? O eleitoralismo. Manuela Ferreira Leite corteja há muito uma das corporações mais poderosas do país, os professores. Uma corporação entrincheirada nos seus privilégios e que rejeita (liminarmente) a mudança. Uma corporação em relação à qual a ministra da Educação e o primeiro-ministro falharam na forma (abordagem e métodos utilizados) mas não no conteúdo (avaliação).
Ferreira Leite tem experiência política para perceber que está a comprar um grave problema a prazo. Porque se for eleita terá de recuperar a ideia da avaliação (aliás, o PSD até quer estender este princípio à Justiça). O que devia ter feito era prometer melhorar o actual modelo, não declarar a sua suspensão. Porque sem avaliação é impossível melhorar o Ensino.
Ferreira Leite devia recordar-se do que lhe aconteceu enquanto ministra da Educação: ao introduzir as propinas nas universidades teve contra a si um monumental protesto da geração rasca. Mas insistiu na medida e... ganhou. O ministro seguinte fez o impensável: recuou quando os estudantes já tinham aceite o princípio do pagamento. E as propinas voltaram a ser um problema. Até hoje!
Acresce que há outra (grande) razão para a líder do PSD não ter feito o que fez. A corporação que agora tacticamente se cala perante a sua promessa, será a primeira a vir para a rua quando ela tiver de arrepiar caminho. Lamentável.
Fonte: Jornal de Negócios
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