A notícia que ontem fez a manchete do DN não deixa de causar algumas interrogações e preocupações. Uma escola primária, a José Ruy do 1.º ciclo na Damaia, promove a divisão dos alunos em três turmas, de acordo com as suas dificuldades de aprendizagem.
Trata-se, evidentemente, de uma forma de discriminação. Ainda por cima, numa fase da aprendizagem e do crescimento em que o enfatizar das diferenças pode deixar marcas irreversíveis em crianças.
Numa época em que as crianças com deficiência estão integradas no ensino normal, que recebe também alunos estrangeiros que mal falam português, a discriminação feita nesta escola pública contraria todas as orientações pedagógicas.
Acrescem ainda os pareceres médicos e as opiniões de especialistas ouvidos pelo DN que consideram que “toda a investigação diz que essa solução é prejudicial” e que “os alunos com rendimentos mais baixos são os perdedores desta iniciativa”.
Parece, pois, uma evidência que este tipo de solução pode ser adoptado em fim de linha, e nunca no início de um percurso escolar. Aliás, a experiência tem demonstrado que quando as turmas são equilibradas os alunos com mais dificuldades tornam-se competitivos para alcançarem os melhores.
Comentário:
O editorialista do Diário de Notícias escreve como se percebesse muito de pedagogia, acusando uma escola «de uma forma de discriminação», porque esta, à sua maneira, procura minorar as dificuldades dos alunos, colocando-os naquilo a que se chama “turmas de nível”. Gostava de saber onde é que este pedagogo ‘fast-food’ foi encontrar a fundamentação para aquilo que afirma no último parágrafo!…
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