Pacheco Pereira considerou, esta terça-feira, que o Presidente da República acabou por interferir na campanha eleitoral ao falar «através da demissão» de Fernando Lima. Para o cabeça-de-lista do PSD pelo distrito de Santarém, Cavaco Silva «já está inevitavelmente comprometido» com o resultado das eleições.
«O Presidente da República tem certamente coisas graves para dizer ao país e entendeu que se as dissesse interferia no acto eleitoral. Muito bem, compreende-se que o faça, embora também se interfira na campanha por omissão», escreveu Pacheco Pereira, num texto intitulado «Notas soltas quase sem tempo: interferir por acção e interferir por omissão», publicado no seu blogue.
O social-democrata considerou que Cavaco Silva rompeu o silêncio ao falar «através da demissão do seu assessor de imprensa e, sendo assim, interferiu de facto na campanha eleitoral».
«Mais valia agora que dissesse tudo para não acordarmos no dia 28 sabendo coisas que mais valia que fossem conhecidas já. Para contarem para a decisão de voto dos portugueses, com cujo resultado final ele já está inevitavelmente comprometido», considerou.
Na análise do comentador da TSF Mário Bettencourt Resendes, as palavras de Pacheco Pereira mostram o «incómodo» que existe na direcção do PSD, incluindo na própria líder do partido, porque Manuela Ferreira Leite «tem a clara noção que utilizou este episódio na campanha», sendo que a demissão de Fernando Lima é algo que não correu bem ao partido.
«Se o Presidente não esclarecer publicamente este episódio antes das eleições e depois de domingo vier a público com factos que eventualmente tenham gravidade, os portugueses votaram com desconhecimento de alguma coisa importante», disse.
Por outro lado, acrescentou, se Cavaco Silva «vier dizer que nada se passou» fica ele próprio «numa situação fortemente fragilizada do ponto de vista político».
Fonte: TSF
Nenhum comentário:
Postar um comentário