quarta-feira, 21 de abril de 2010

Avaliação ressuscita luta dos docentes

Professores sentem-se “traídos”

A contagem da avaliação de desempenho nos concursos de contratação não está só a gerar descontentamento com o Ministério da Educação. Os professores contratados ouvidos pelo DN sentem-se também “revoltados” e “traídos” pelos sindicatos, que acusam de não terem actuado.

Em causa está um critério a valorização das avaliações de “muito bom” e “excelente” que aumenta até dois pontos a nota de candidatura a um lugar nas escolas (ver P&R). O suficiente para gerar “centenas” de ultrapassagens de professores, com mais currículo e experiência, por colegas que ficaram à sua frente numa avaliação muito contestada.

Gonçalo Valente, 35 anos, docente de Informática do Agrupamento de Escolas D. Duarte I, de Sintra, é um destes contratados que agora se arriscam a perder terreno. Por “discordar do modelo” de avaliação que estava a ser aplicado e “apoiar a luta” dos sindicatos, decidiu não pedir aulas assistidas na avaliação ficando, desde logo, impossibilitado de chegar às notas mais altas.

Acabou com um “bom” e, apesar dos seis anos de profissão, não se sente seguro no posto de trabalho: “Há muitos contratados que vão ser prejudicados, e sentem-se traídos”, diz. “Do ministério, já esperava tudo. Mas sendo sindicalizado, sinto que os sindicatos não têm feito um bom trabalho a defender os nossos interesses.”

Em rigor, os sindicatos vêm alertando há muito para esta situação. Mas, para os professores ouvidos pelo DN, a ideia que estava a passar era que tudo seria resolvido.

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