Professores sentem-se “traídos”
A contagem da avaliação de desempenho nos concursos de contratação não está só a gerar descontentamento com o Ministério da Educação. Os professores contratados ouvidos pelo DN sentem-se também “revoltados” e “traídos” pelos sindicatos, que acusam de não terem actuado.
Em causa está um critério ─ a valorização das avaliações de “muito bom” e “excelente” ─ que aumenta até dois pontos a nota de candidatura a um lugar nas escolas (ver P&R). O suficiente para gerar “centenas” de ultrapassagens de professores, com mais currículo e experiência, por colegas que ficaram à sua frente numa avaliação muito contestada.
Gonçalo Valente, 35 anos, docente de Informática do Agrupamento de Escolas D. Duarte I, de Sintra, é um destes contratados que agora se arriscam a perder terreno. Por “discordar do modelo” de avaliação que estava a ser aplicado e “apoiar a luta” dos sindicatos, decidiu não pedir aulas assistidas na avaliação ─ ficando, desde logo, impossibilitado de chegar às notas mais altas.
Acabou com um “bom” e, apesar dos seis anos de profissão, não se sente seguro no posto de trabalho: “Há muitos contratados que vão ser prejudicados, e sentem-se traídos”, diz. “Do ministério, já esperava tudo. Mas sendo sindicalizado, sinto que os sindicatos não têm feito um bom trabalho a defender os nossos interesses.”
Em rigor, os sindicatos vêm alertando há muito para esta situação. Mas, para os professores ouvidos pelo DN, a ideia que estava a passar era que tudo seria resolvido.
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