Era uma vez uma cidade em que todos os habitantes eram cegos. Um rei que viajava acampou nas suas imediações. Possuía um elefante. Ninguém na cidade tinha ouvido falar desse animal.
Alguns habitantes apressaram-se, apalpando cada um a parte a que tinham acesso. Ninguém imaginava estar equivocado sobre a sua forma de percepção. Prontamente de regresso, cada um era de imediato solicitado. Toda a gente queria saber o que os seus concidadãos não conseguiriam explicar de forma correcta. Faziam perguntas sobre a aparência do elefante, o seu tamanho, a sua forma, a sua pele, o seu cheiro...
Ouviu-se a resposta do homem que tinha tocado na orelha sobre a pele. Disse que o animal era rugoso, de pêlo rijo e que a sua forma era semelhante a um tapete muito largo.
Então aquele que tinha tocado na tromba falou com medo de um tubo terrível, movediço como uma serpente.
Quem tinha tocado nas patas exclamou que aquilo eram apenas intrujices, o elefante era mais para o redondo, como a coluna de um templo, e sólido, impressionante e com certeza muito pesado...
Cada um tinha tocado o animal, mas apenas uma parte e não o podia ter percepcionado correctamente. Nenhum tinha conhecimento da sua globalidade.
A imaginação tinha colmatado as faltas de informação já que a natureza, na verdade, detesta o vácuo, e colhido informações que testemunham de uma certa ignorância. Finalmente, nenhuma representação correspondia à realidade.
Com a devida vénia ao José Matias Alves
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