A menos que haja uma revolta generalizada nas escolas e os professores se recusem a entregar os objectivos individuais que se propõem, a grande maioria deverá mesmo ser avaliada de acordo com o modelo concebido pelo Ministério da Educação (ME), mas em versão simplificada, tal como aconteceu no ano lectivo passado. Foi esta a cedência do Governo depois de uma chuva de críticas, manifestações e uma greve histórica, abaixo-assinados e tomadas de posição em centenas de escolas. Quem esteja em condições de pedir a reforma nos próximos três anos ficou dispensado da avaliação. Os resultados dos alunos já não contam como critério. E toda a componente científico-pedagógica pode cair, a menos que um docente ambicione ter uma nota de Muito Bom ou Excelente. Sobra a assiduidade, a participação na escola, formação contínua e a relação com a comunidade como critérios de avaliação obrigatórios. Mas os ânimos continuam exaltados e o ano começará como terminou: com uma greve a 19 de Janeiro. No ano de todas as eleições, os sindicatos já prometeram não dar tréguas ao ME, nomeadamente na exigência de revisão do Estatuto da Carreira Docente.
Isabel Leiria
Fonte: PÚBLICO
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