A avaliação do desempenho foi durante muito tempo sobretudo um problema técnico: o modelo era inexequível, complexo, atomizante, gerador de inúmeros conflitos legais e organizacionais e de suspeições intermináveis.
Progressivamente, os problemas técnicos passaram a assumir uma dimensão sobretudo política: as pessoas começaram a não querer este modelo de avaliação. Por muitas razões objectivas e subjectivas. O modelo passou a ser a metáfora do demónio que menosprezou, espezinhou, fracturou, injustiçou, desautorizou e destruiu expectativas de exercício profissional e de carreira. Passou a ser o motivo da expressão de um cansaço, de uma revolta que foi sendo contida e que agora explodiu.
Dada a natureza do problema, as acções de informação, de sensibilização, de persuasão ou mesmo de pressão, ameaça ou chantagem correm o risco de agudizar ainda mais o conflito. E de reforçar o sentimento do “tudo ou nada”. E neste quadro, o Ministério não tem condições de instaurar milhares de processos de disciplinares e de “expulsar” da docência quase toda uma classe. Dói-me pensar e escrever isto. O tempo dirá como se tem de sair deste braço de ferro.
Fonte: Terrear
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