A conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros não trouxe o inesperado. Como aqui todos previmos, o Governo recuou sem recuar; a Ministra avaliou a avaliação e não reagiu às pressões; o espírito de diálogo é absoluto, etc, etc... Nada tendo de pessoal contra a Senhora, foi desconfortável assistir à deglutição de alguns sapos, mas a verdade é que a sua completa inabilidade política tornou este degrau obrigatório (seria ingénuo empregar a palavra desfecho...). Porque além de defender – e impor... – as suas legítimas opiniões sobre metodologias de avaliação, um Ministro deve ser capaz de fazer política. Não me refiro a nenhum exercício de hipocrisia ou contorcionismo de coluna vertebral, é necessária a atenção ao Outro e a pacificação narcísica que permitem auscultar os diversos agentes, esgrimir argumentos, reanalisar os próprios à luz dos que não tinham sido contemplados e decidir com firmeza, mas sem rigidez dogmática. Penso que uma das dificuldades de todo este processo reside na evidente crispação relacional da Ministra, bem evidente nos diálogos (?) mantidos com os jornalistas que a confrontem com realidades diversas da que anuncia e embala.
Para mim, houve apenas um momento de verdadeiro interesse no episódio. Pedro Silva Pereira iniciou-o num registo compreensível – dado o tema, microfones, holofotes e perguntas destinavam-se à Ministra da Educação. E contudo... Mal a Política veio à baila, ei-lo que se lança na “tradução” da laboriosa – e entrecortada por vários papeizinhos! – intervenção da Ministra. Em três penadas, tudo foi explicitado, com enorme clareza e eficácia televisiva. Objectivamente quase cruel, o seu gesto era necessário. E confirmou a ideia que sempre me invade quando o escuto – Silva Pereira é a Eminência bem pouco parda deste Governo. A placidez da postura corporal e os decibéis recatados do discurso emolduram neurónios muito, muito rápidos. E peritos – imagine-se! – em redução de danos:).
Enfim, delírios de psi...
Para mim, houve apenas um momento de verdadeiro interesse no episódio. Pedro Silva Pereira iniciou-o num registo compreensível – dado o tema, microfones, holofotes e perguntas destinavam-se à Ministra da Educação. E contudo... Mal a Política veio à baila, ei-lo que se lança na “tradução” da laboriosa – e entrecortada por vários papeizinhos! – intervenção da Ministra. Em três penadas, tudo foi explicitado, com enorme clareza e eficácia televisiva. Objectivamente quase cruel, o seu gesto era necessário. E confirmou a ideia que sempre me invade quando o escuto – Silva Pereira é a Eminência bem pouco parda deste Governo. A placidez da postura corporal e os decibéis recatados do discurso emolduram neurónios muito, muito rápidos. E peritos – imagine-se! – em redução de danos:).
Enfim, delírios de psi...
Fonte: Murcon
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