Ainda há pessoas que compreendem esta 'desavença' dos Professores com o Ministério da Educação e têm a coragem de os defender publicamente. Leia-se o Editorial de Francisco José Viegas, publicado no número 75 da revista LER, e tirem-se as devidas conclusões. Não é a primeira vez que o Director daquela publicação toma partido pelos Professores, mas fazê-lo nesta altura é um acto digno dos maiores encómios que aqui registo. Obrigado, Francisco José Viegas.
Vamos e venhamos: há 30 anos que a escola portuguesa entrou em colapso; a breves espaços levanta a cabeça e organiza-se. Mas são excepções. Por isso, o que me preocupa nas escolas não é, propriamente, o sistema de avaliação dos professores – que constitui um braço-de-ferro político e sindical, embora dê uma ideia da desorganização geral do sistema educativo e das regras do «sector público». Fico mais preocupado com o que se ensina lá. Não vejo as autoridades interessadas no assunto. O ideal seria que a avaliação dos professores e das escolas se fizesse ou através da direcção da escola (se ela tivesse a independência e a responsabilidade necessárias) ou através de uma entidade externa que se preocupasse com a qualidade do ensino, a qualidade das condições de trabalho e de aprendizagem e com o nível desse trabalho e dos seus resultados. É uma solução muito mais «conservadora», mas é a única que pode resolver o imbróglio em que se meteu esta gente, sobretudo da parte do Governo, interessado em «cumprir objectivos» a todo o custo e em melhorar as estatísticas para apresentação pública.
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