18.02.2011 — 18:45 Por Lusa
O primeiro-ministro, José Sócrates, inaugurou hoje em Murça o que classificou de um exemplo da escola pública com que sonhou para o país e que é a primeira no interior a dispor da rede de nova geração de Internet.
José Sócrates começou o seu discurso expressando a grande satisfação por encontrar no centro escolar de Murça “aquilo que estava no espírito do Governo” e aquilo com que sempre sonhou.
“Estou tão alegre quanto vocês porque eu sonhei com isto há uns anos atrás: sonhei com uma escola com bonitas cores, com moderna arquitectura, sonhei com uma escola com as mais modernas tecnologias, sonhei com numa escola do futuro”, partilhou com a assistência.
O primeiro-ministro fez um discurso de defesa da escola pública, apontando os resultados de nos últimos cinco anos o Governo ter encerrado 3200 escolas com menos de 20 alunos para criar 350 centros escolares, com a abertura de mais 180 prevista para Setembro.
“A isto se chama uma revolução na nossa educação. Porventura há muito quem fale de reestruturação e reforma do Estado pois aqui está uma forma de reformar o Estado: chama-se a isto ter mais eficiência, concentrar os recursos, dar melhor aprendizagem, mas também gastar menos dinheiro”, afirmou.
Para o primeiro-ministro, o exemplo de Murça demonstra que se pode e deve “fazer mais pela escola pública, dar um contributo para a qualidade do ensino” para melhorar a capacidade e as qualificações dos portugueses.
“Mas só a escola pública proporciona igualdade de oportunidades: aqui não se rejeita ninguém, aqui acolhem-se todos”, acrescentou
(…)
► PÚBLICO
Comentário:
Para o Primeiro-Ministro, José Sócrates, o que conta é a primeira imagem, o aspecto exterior, o anunciar aos quatro ventos que uma determinada coisa foi feita. Dá-lhe gozo anunciar que a escola em questão é a mais avançada do Mundo e arredores. Que importa que depois as coisas não correspondam ao anunciado, ou que não funcionem como seria desejável? A Comunicação Social não estará lá para dar conta disso…
O que é irónico é que esta inauguração aconteceu no mesmo dia em que José Sócrates lançou a primeira pedra daquele que será um pesadelo para os habitantes de vários concelhos transmontanos: a construção da barragem de Foz-Tua. As consequências daquela obra serão sentidas daqui a alguns anos, mas ele não estará lá para as sofrer!...
Enquanto uns realizam os seus sonhos, outros não escaparão a um pesadelo!... Só que a maioria daqueles que serão atingidos já têm, infelizmente, muita idade para fazerem ouvir a sua voz!...
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