quinta-feira, 14 de maio de 2009

Alunos sem aulas de Português em Frankfurt

Quase sessenta luso-descendentes da área consular de Frankfurt (Alemanha) estão sem aulas de Português desde Março.

Após a aposentação do docente anterior não foi aberto concurso para o substituir.

“Já se previa a minha saída, há ano e meio que notificámos a coordenação do ensino, em Berlim, esta comunicou o caso a Lisboa, mas o Ministério da Educação ignorou o aviso”, disse à Lusa António Justo, o professor que se aposentou.

“As crianças em Kassel, Bad Karlshafen, Bad Arolsen e Diemelstadt Rhoden ficaram sem aulas durante todo um semestre e nem sequer há garantias de que o problema será resolvido no próximo ano lectivo, que se inicia já a 24 de Agosto”, referiu o docente.

António Justo adiantou que os pais dos alunos propuseram, como solução provisória, que houvesse uma contratação local até se abrir concurso e se admitir um novo professor.

“Mas também não tomaram isso em consideração”, lamentou.

O mesmo docente explicou que as autoridades do Estado federado de Hessen decidiram, a partir de 1996, não substituir professores de línguas estrangeiras do ensino público que passem à aposentação.

Essa responsabilidade passou para o país de origem.

“Mas a partir de 1998, o nosso Ministério da Educação também deixou de pagar um complemento salarial aos professores, que ganhavam pior que em Portugal, e muitos preferiram ir leccionar para a Suíça ou para outras regiões alemãs”, contou António Justo.

A coordenação do ensino do Português na Alemanha incluiu, entretanto, os quatro cursos que foram interrompidos em Frankfurt na rede horária para 2009/2010, “mas só no próximo mês” se saberá se o plano foi aprovado e “se vai voltar a haver aulas de Português na zona norte da área consular”, explicou o professor.

Em causa estão 57 alunos luso-descendentes de Kassel, Bad Karlshafen, Bad Arolsen e Diemelstadt Rhoden, e um total de 13 horas de aulas semanais de Português nas quatro localidades, a assegurar por um novo docente.

A Lusa tentou obter uma reacção do Ministério da Educação sobre este assunto, mas não obteve resposta em tempo útil.

Fonte: Jornal de Notícias [13.05.2009]

Comentário:

Investir no Português para quê? Ainda se fosse um professor de Inglês, o Governo era capaz de o arranjar rapidamente!... Mas proporcionar a aprendizagem da língua de Camões e Pessoa a luso-descendentes, isso representa um grande encargo para o Executivo… É melhor gastar o dinheiro em propaganda… Os efeitos notam-se mais depressa!...

Pobre país que tem uns governantes deste calibre!...

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