1. O professor desempenha um papel central na transformação das práticas educativas e na melhoria dos processos e resultados do ensino.
2. As condições de trabalho são um factor determinante em qualquer processo de mudança. Uma mudança efectiva das práticas passa necessariamente pela melhoria dessas condições: ratio professor/alunos, espaços físicos lectivos, espaços para trabalho colaborativo, recursos didácticos, sistemas de escuta/comunicação, dispositivos de implicação/valorização, tempo para trabalho colectivo são algumas condições de trabalho que urge equacionar.
3. Qualquer projecto de mudança é objecto de uma interpretação por parte de cada professor. O sentido que o professor lhe atribui (e que determina, em grande parte, a sua postura — e disposição — face à mudança) decorre de três critérios básicos: instrumentalidade, congruência e custo. (Vandenberghe):
3.1. Critério de instrumentalidade: a mudança proposta/decretada explica claramente os princípios, os processos e os resultados? O projecto mostra claramente o que o professor deverá fazer e é praticável?
3.2. Critério de congruência: a mudança proposta/decretada responde parcialmente a uma necessidade? Os alunos estarão interessados? Vão aprender mais? O projecto ajusta-se às condições estruturais de trabalho? É compatível com a imagem que o professor tem de si mesmo?
3.3. Critério de custo: de que modo a mudança afectará pessoalmente o professor, em termos de tempo, energia, novas qualificações, exigências acrescidas? Que esforços acrescidos serão necessários? Que tipo de recompensa (material, simbólica...) receberá o professor?
5. Neste contexto, só uma prática de escuta, de proximidade, de apoio efectivo, de reconhecimento, de valorização, de criação de melhores condições de trabalho pode augurar o sucesso das ‘mudanças’ (sempre) re-anunciadas.
José Matias Alves
(Blogue Terrear)
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