terça-feira, 29 de junho de 2010

Nova ortografia entra nas escolas no ano lectivo 2011-2012

Nova ortografia vai chegar às escolas no ano lectivo 2011-2012

29.06.2010 - 08:42 Por Luís Miguel Queirós

Quando se iniciar o ano lectivo de 2011-2012, as escolas já irão dispor de manuais redigidos segundo as normas do novo acordo ortográfico, assegura o Ministério da Educação (ME).

A garantia foi dada ao PÚBLICO por uma das assessoras de imprensa do ministério, que admitiu, no entanto, que a adaptação dos livros escolares possa vir a ser feita faseadamente, não incidindo de imediato sobre os manuais relativos a todos os níveis de escolaridade.

A concretização deste plano pressupõe, no entanto, que o Ministério da Cultura (MC), que tem vindo a coordenar a aplicação do Acordo Ortográfico em Portugal, anuncie a data em que este entrará em vigor e aprove o vocabulário que irá ser reconhecido como norma para o português europeu. Uma escolha que se reflectirá, também, no programa informático de conversão de texto que virá a ser utilizado, já que os vários conversores actualmente disponíveis no mercado estão indexados a diferentes versões do novo vocabulário ortográfico.

Quando apresentou, no passado dia 8, o novo conversor desenvolvido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional, encomendado pelo Governo, a ministra Gabriela Canavilhas deixou claro que não estava ainda decidido se iria ser este o software “oficial”. Mas prometeu uma decisão para breve.

No final da semana passada, a coordenadora das edições escolares do grupo Leya, Carmo Correia, avisara, em declarações à agência Lusa, que “por mais ferramentas e automatismos que se utilizem para fazer a conversão é absolutamente necessário um processo de revisão exaustivo de todo o texto para despistar falhas e erros”, o que, salientou, exige uma “calendarização atempada”. Ainda não sabia, então, que a aplicação do acordo arrancaria mesmo em Setembro de 2011. A Leya, que representará neste momento mais de 30 por cento do mercado do livro escolar em Portugal, tinha já pedido esclarecimentos ao ME em Novembro de 2009, mas não recebera nenhuma “informação precisa”.

Carmo Correia recordou ainda que a transformação dos manuais terá custos elevados e admite que estes terão de se repercutir no preço de venda ao público. A responsável da Leya diz que o grupo tem, neste momento, 320 “projectos escolares” e calcula que a respectiva adaptação possa vir a custar, no total, cerca de 1,4 milhões de euros.

Fonte: PÚBLICO

Nenhum comentário: