quinta-feira, 24 de junho de 2010

Erro crasso

É esta a imagem que me ocorre quando me relatam histórias de fusões de escolas secundárias com agrupamentos ou de agrupamentos com agrupamentos. Na maioria dos casos esta medida vai ser um desastre. É certo que as pessoas e organizações têm sempre a possibilidade real de “dar a volta” à adversidade e de criar uma ordem paralela à decretada. Mas nada disto tem sequer uma racionalidade económica. E lamentavelmente parece ser um logro de pesadas consequências nas culturas, climas e ambientes escolares. Em muitos casos, um impossibilidade real de governação. Por mais que me esforce, não consigo entender. Alguém me pode explicar?

Qual é a origem do termo “erro crasso”?

Em 59 a.C., o poder em Roma foi dividido entre três figuras: Júlio César, Pompeu Magnus e Marco Licinius Crasso. Enquanto os dois primeiros eram notáveis generais, que ampliaram os domínios romanos, Crasso era mais conhecido pela sua riqueza do que por seu talento militar: César conquistou a Gália (França), Pompeu dominou a Hispânia (Península Ibérica) e Jerusalém, por exemplo. Crasso tinha, assim, uma ideia fixa: conquistar os Partos, um povo persa cujo império ocupava, na época, boa parte do Médio Oriente Irão, Iraque, Arménia e outros.

À frente de sete legiões, ou 50 mil soldados, confiou demais na superioridade numérica de suas tropas. Abandonou as tácticas militares romanas e tentou atacar simplesmente — na ânsia de chegar logo ao inimigo, cortou caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos partos e o exército romano foi dizimado — quase todos os 50 mil morreram, incluindo Crasso.

O erro cometido por Crasso transformou-se, em várias línguas, em sinónimo de estupidez.

Com a devida vénia ao José Matias Alves (Blogue Terrear)

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