quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E se Sócrates se demitisse?

Conselho de Estado confrontado com demissão iminente de Sócrates

A Casa Civil do Presidente vai analisar a economia do país perante os conselheiros de Estado. Depois discute-se a ameaça de demissão do primeiro-ministro

Ninguém quer acreditar que o governo possa cair por causa da Lei das Finanças Regionais, mas o primeiro-ministro José Sócrates mostrou-se irredutível. Há uma semana, quando ameaçou o PSD e o CDS de que batia com a porta se essa lei fosse aprovada, o i soube que José Sócrates telefonou a alguns dirigentes do PS e comunicou-lhes que se demitia se o PSD não cedesse. Perante a incredulidade de quem o ouvia, anunciou que a decisão estava tomada e era irreversível: com a Lei das Finanças Regionais o governo caía.

É neste quadro de iminente queda do governo, na véspera da aprovação em comissão parlamentar de Orçamento e Finanças da Lei das Finanças Regionais, que hoje se reúne o Conselho de Estado. Cavaco Silva terá sentados à mesma mesa os dois maiores rivais deste drama - José Sócrates e Alberto João Jardim. Ao que o i apurou, o Presidente da República porá em primeiro plano a crise económica, e só em segundo plano a ameaça do governo de provocar uma crise política. Para a reunião do Conselho de Estado que hoje decorre em Belém, Cavaco Silva pediu aos seus serviços análises detalhadas da situação económica, sector a sector. O Presidente estará, assim, preparado para uma aula de finanças públicas aos conselheiros, ensombrada pelas ameaças privadas do primeiro-ministro de que o governo cairá se a lei fosse aprovada.

Continua…

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