«Ver para crer. Crer para ver.» (Vergílio Ferreira)
«Mudar as coisas respeitando as pessoas.» (Patrice Ranjard)
Neste tempo eminentemente político (neste novo ciclo) é talvez oportuno uma palavra breve sobre a mudança que é preciso fazer acontecer nas nossas escolas. Uma mudança com as pessoas e não contra as pessoas. O sonho autoritário e burocrático provou à saciedade a sua falência. Mas há sempre os saudosos que se querem deixar iludir. Ora é preciso uma pedagogia da explicação (e da implicação).
Uma mudança que toque o coração da escola.
E o coração da escola é a relação pedagógica, é o uso do espaço e do tempo, são as condições de trabalho, é a autonomia e a responsabilidade. Mas para que o coração pulse tem de se alimentar das relações internas e externas. Nenhum coração sobrevive sozinho. Uma mudança que articule e mobilize recursos. Pois há imensos recursos que nós não vemos (e por isso não usamos). Muitos recursos dentro e fora da escola que podem ser mobilizados para a acção educativa. Uma mudança que explicite metas, propósitos, vantagens, dificuldades. Pois nenhuma mudança se mantém no engano de alma, na manipulação e encenação. Uma mudança que não confunda o essencial com o acessório, que saiba que o termómetro não faz baixar a febre, que a lei do mercado não é o destino do homem, que os exames não são a panaceia que tudo resolvem.
Eis algumas linhas de um projecto de mudança determinada e serena.
(JMA, 2002)
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