Em busca da excelência
Algis Valiunas
Tradução de Desidério Murcho
Três livros recentes, O Talento não é Tudo, de Geoff Colvin, O Código do Talento, de Daniel Coyle (cf. edição brasileira), e Outliers (cf. edição brasileira), de Malcolm Gladwell, examinam casos de realizações extraordinárias — literárias, musicais, empresariais, desportivas — através dos tempos, à luz das descobertas recentes da psicologia e da neurologia. Todos concordam, apesar de algumas diferenças ideológicas óbvias, que o trabalho duro, a chamada prática deliberada ou profunda, extremamente intensa e a que nos entregamos ao longo de muitos anos, fazem a diferença entre o notável e o menos bem conseguido. A genialidade inata, a que comummente se atribui o sucesso, é de facto tão rara que nem sequer entra nas estatísticas. Mesmo Mozart, um prodígio lendário que começou a compor aos cinco anos, objecto quase desde a infância do ensino rigoroso do seu pai, praticamente o melhor professor de música que se poderia ter, não conseguiu produzir trabalhos de mestria até chegar aos vinte anos. O adolescente Benjamin Franklin, diz-nos Colvin, seguiu um programa para melhorar a sua escrita que envolvia pôr nas suas palavras, frase por frase, ensaios da revista The Spectator dos destacados jornalistas ingleses Addison e Steele, chegando até a reescrever os seus ensaios em verso, para expandir o seu vocabulário. Quando os Beatles estavam a começar, escreve Malcom Gladwell, tocavam em clubes de strip em Hamburgo cerca de oito horas por noite, sete dias por semana; quando, de um dia para o outro, chegaram ao sucesso, tinham já qualquer coisa como 1200 actuações ao vivo, mais do que a maior parte das bandas tocam ao longo da totalidade das suas carreiras.
(…)
Um comentário:
Telmo,
É importante salientar também o livro de Ken Robinson que aqui no Brasil foi lançado com o Título " O elemento chave" Aborda a mesma temática...Ou quase a mesma.
Abrços e parabéns
Lutero
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