quarta-feira, 5 de maio de 2010

Afinal para que servem as Provas de Aferição?

Prova do 6.º ano pede para ordenar palavras por ordem alfabética

Mais de 200 mil alunos realizaram hoje os testes de aferição de Língua Portuguesa. Professores continuam a não perceber objectivos desta avaliação.

Isabel Leiria (www.expresso.pt)

As provas de aferição de Língua Portuguesa realizadas hoje por mais de 200 mil alunos do 4.º e 6.º anos apresentam, como é hábito, perguntas cujas respostas obrigam a uma “interpretação mais aprofundada” e outras que apenas exigem que se reproduza “o que está no texto lido”. O problema, comenta a Associação de Professores de Português (APP), é que, nalguns casos, o grau de exigência vai mesmo além do expectável.

A APP dá como exemplo um exercício da prova do 6.º ano em que se pede aos alunos para ordenar palavras por ordem alfabética. E lamenta que, à semelhança do que aconteceu no ano passado, a última parte do teste, em que é necessário escrever um texto, contenha instruções pormenorizadas sobre o que devem fazer e que “são objecto da avaliação”.

Na prova do 6.º ano, chegam a ser listados os conteúdos do texto. Na perspectiva da Direcção da APP, estas informações, sendo objecto da avaliação, não poderiam estar no enunciado”, lê-se no comentário à prova.

Sem ter tido acesso aos critérios de avaliação, a direcção da Associação sublinha não poder fazer uma análise mais aprofundada das provas nem estabelecer comparações com testes anteriores. Mais: a APP diz que, ao fim de 10 anos de provas de aferição, “não apreendeu ainda os verdadeiros objectivos desta modalidade de avaliação”.

Os testes são realizados por todos os alunos do 4.º e 6.º anos, nas disciplinas de Português e Matemática, mas não contam para nota. A ideia é que professores e Ministério da Educação tenham uma noção daquilo que os jovens estão ou não a aprender.

Para a APP nem este objectivo tem sido cumprido: “Resta a expectativa invariavelmente gorada de que os resultados de mais esta avaliação venham a ser atempadamente aproveitados”.

Fonte: Expresso on-line

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