APEDE apresenta proposta alternativa de ECD e de Avaliação do Desempenho

É um documento de 18 páginas com uma sólida fundamentação e uma argumentação coerente. É uma proposta capaz de pôr fim à degradação da qualidade de ensino, reabilitando as escolas públicas com medidas sérias de combate ao eduquês, à burocracia excessiva, ao faz-de-conta, ao facilitismo, à fabricação fraudulenta de resultados escolares, ao conceito de professor- faz-tudo e à perversão das funções lectivas.

Mais logo, tenciono publicar no ProfBlog uma curta entrevista a Ricardo Silva, Presidente da Apede e um dos redactores da proposta.

Confesso que li a proposta com demasiada rapidez para a analisar agora de forma exaustiva. Vou precisar de mais tempo para a estudar. Fiquei com a ideia de que é um documento sólido, coerente e razoável. Faz a defesa dos exames nacionais, em todas as disciplinas, nos 4.º, 6.º e 9.º anos, com um peso de 40%. Propõe a eliminação das áreas curriculares não disciplinares e o enfoque curricular nas disciplinas mais capazes de transmitir a herança científica, tecnológica, artística e humanista às novas gerações. Recentra as funções do professor e a missão da escola no ensino.

Reabilita a gestão democrática. Faz apelo a uma avaliação de desempenho que não seja feita exclusivamente por pares. Distingue a avaliação de desempenho formativa, de periodicidade anual, da avaliação funcional, a coincidir com os anos de mudança de escalão. Admite a possibilidade de avaliações extraordinárias, a partir do 5.º escalão, sob proposta do conselho pedagógico, para casos de reconhecido e excepcional mérito, os quais naturalmente serão acompanhados de bonificações na carreira. Ao longo dos 30 anos da carreira, o docente só poderá beneficiar de três avaliações extraordinárias. Essa avaliação extraordinária ficará a cargo de uma comissão do conselho pedagógico e de uma entidade externa. As avaliações funcionais, a ocorrer no final dos escalões, terão sempre a intervenção de uma entidade externa à escola.

A proposta da Apede defende uma carreira única de 30 anos com 10 escalões, sem constrangimentos de carácter administrativo nem corpos especiais. Admite a existência de suplementos remuneratórios no exercício de cargos de gestão. É um documento sério. Um texto de natureza pedagógica que merece leitura e análise.

Para saber mais:

► Proposta alternativa de ADD e de ECD - Apede