Este é um espaço onde poderei dar conta das minhas reflexões, alegrias, inquietações e também das minhas indignações. Deixo claro que não hipotequei a minha liberdade a nenhum partido político. Tal como escreveu o ilustre escritor Miguel Torga, meu comprovinciano, «Não posso ter outro partido senão o da liberdade»...
Autor dos programas de Matemática do ensino secundário, Jaime Carvalho e Silva assume funções a 1 de Janeiro, sendo o primeiro português eleito secretário-geral da maior associação mundial dedicada à educação da Matemática, que engloba 85 países.
“Suspeito que vai haver falta de professores de Matemática em Portugal e que isso se começará a sentir já este ano”, disse o docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em declarações à agência Lusa.
Na sua opinião, “há 20 anos que não há qualquer investimento na formação inicial dos professores de Matemática em Portugal”.
“Devia haver um forte investimento, os professores do ensino primário são generalistas, a partir do 2.º Ciclo há formação específica e vão faltar professores de Matemática em todas as áreas”, prognosticou.
A par da qualidade da formação dos docentes, há que disponibilizar mais horas para o ensino da Matemática, “uma área considerada difícil, por ser uma disciplina acumulativa (aprendizagem implica solidificação de conhecimentos anteriores) e pelo carácter de abstracção que implica”, disse.
“Em Portugal temos poucas horas para aprender Matemática nas escolas, é preciso mais, mas infelizmente não tem havido, à semelhança de outros países, a sensibilidade necessária para dar mais espaço horário à Matemática”, criticou.
José Sócrates inicia este mandato como primeiro-ministro fragilizado politicamente. Pela primeira vez na democracia portuguesa, um chefe de Governo vê diminuir de forma drástica a sua base eleitoral e parlamentar. Já houve executivos minoritários que se tornaram maioritários. Mas só agora assistimos ao fenómeno inverso. Sócrates acaba de tomar posse, mas já perdeu a pose.
O mandato que agora inicia vai ser um verdadeiro inferno. Com o país a pedir reformas urgentes e sempre adiadas, o Partido Socialista irá apenas preocupar-se com a manutenção do poder. Para este propósito, contará com o auxílio ora do CDS, ora do Bloco de Esquerda. Estes dois partidos vão querer fazer render as suas recentes conquistas eleitorais e consolidar a sua diminuta mas crescente influência no aparelho de estado português. Iremos assistir à negociação parlamentar de muitos diplomas, com discussões de forte carga doutrinária. Mas, em simultâneo, e por baixo do pano, haverá muita negociata, muitas nomeações para lugares de Estado, muito tráfico de favores. Em benefício do Bloco e do PP, mas também do parceiro do bloco central de interesses, o PSD.
No vértice, e como garante deste sistema de governo, está um homem refém dos grandes grupos económicos, aos quais hipotecou o país. Aguenta-se no cargo sem honra nem glória, descredibilizado pessoalmente e diminuído politicamente. Ser primeiro-ministro é o seu crime e o seu castigo.
2. Fragilizados estão também os presidentes de Câmara, na sua maioria. Quase dois terços dos autarcas eleitos iniciam o seu último mandato. Ou seja, a partir do momento em que são empossados, estão já de saída. Começarão progressivamente a perder autoridade nos seus municípios. Dentro de dois anos, já serão ignorados e os poderes clientelares, que foram criando, depressa se rebelarão contra eles. Serão os primeiros a ser sacrificados nas lutas fratricidas pela sua sucessão. Arrastar-se-ão até ao final dos mandatos, a exemplo dos presidentes americanos no seu segundo e último mandato. Estarão muito mais preocupados com o seu próprio futuro do que com o dos seus concelhos. E sabem que, por muitos disparates que cometam, já não terão de se inquietar com as suas consequências.
Desempenhar funções autárquicas é, em grande parte das vezes, um crime. Em fim de carreira, será também um castigo.
Foi publicada no passado dia 21 de Outubro a Portaria n.º 1317/2009. D.R. n.º 204, I Série, de 21 de Outubro que estabelece um regime transitório de avaliação de desempenho dos membros das direcções executivas, dos directores dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, assim como dos directores dos centros de formação de associações de escolas.
E se um desenhador português fosse escolhido para dar continuação às aventuras de Astérix e Obélix? Albert Uderzo, um dos criadores da série e seu actual desenhador e argumentista, tem 82 anos e, muito provavelmente, assinou a última aventura, saída há dias. Já disse publicamente que o herói lhe sobreviverá, para continuar a dar tabefes nos legionários de Júlio César durante muito tempo.
Ao passarem 50 anos sobre o aparecimento do herói nas páginas da revista francesa “Pilote”, a 29 de Outubro de 1959, um dos temas de discussão é sobre quem recairá a escolha de dar seguimento a Astérix. Nos meios da BD especula-se sobre quem terá a honra de pegar no testemunho da série. O PÚBLICO lançou o desafio a José Abrantes, um autor português de banda desenhada com um estilo que apresenta algumas similitudes com o de Uderzo, pedindo-lhe que se pusesse na pele de um hipotético continuador das aventuras dos gauleses irredutíveis. O resultado é esta prancha de uma hipotética aventura de Astérix na Lusitânia, feita pelo autor.
Em plena Guerra Fria, os EUA lançaram um programa militar chamado ARPA, que viria a dar origem à ARPANET, a rede precursora da Internet. A 29 de Outubro de 1969, a ARPANET conseguiu a primeira ligação entre computadores. Nos anos que se seguiram, a tecnologia passou do ambiente militar para o meio académico, onde permaneceu muitos anos antes de chegar ao resto dos utilizadores. Em quatro décadas, a Internet mudou o mundo. João Pedro Pereira
José Sócrates já apresentou a lista de secretários de Estado do XVIII Governo Constitucional ao Presidente da República. Dezassete elementos da lista são novos em relação ao anterior Executivo. É o caso da Educação, que vai ter agora como secretários de Estado Alexandre Ventura e João Mata.
Educação: BE quer consenso na AR para acabar com avaliação
O Bloco de Esquerda defendeu esta segunda-feira um consenso na Assembleia da República para acabar com o actual modelo de avaliação dos professores e criar uma alternativa que sirva para avaliar todo o sistema de ensino.
«É preciso começar a trabalhar num novo modelo de avaliação e não este, que só servia para penalizar os professores», disse a deputada Ana Drago, no final de uma reunião com representantes de três movimentos independentes de professores: MUP (Mobilização e Unidade dos Professores), APEDE (Associação de Professores em Defesa do Ensino) e movimento PROMOVA.
Segundo Ana Drago, a educação é uma área prioritária. «É uma das matérias em que mais temos de trabalhar. É necessário pacificar as escolas e voltar a motivar os professores», afirmou a deputada.
O escritor António Lobo Antunes foi o convidado do programa Grande Entrevista, apresentado pela jornalista Judite de Sousa, no passado dia 22 de Outubro.
A substituição do modelo de avaliação docente é uma das prioridades do Governo que hoje, segunda-feira, toma posse.
José Sócrates, que ontem garantiu não estar ansioso e ter passado um fim-de-semana tranquilo, pretende esvaziar a tensão no sector.
Se uma das prioridades do PS, no início da legislatura, é a aprovação do casamento entre homossexuais, a do Governo é a substituição do modelo de avaliação docente ─ confirmou ao JN o líder da bancada socialista.
“Esse tema vai ser debatido, com certeza, rapidamente, na medida em que partidos da Oposição já anunciaram a apresentação de iniciativas”, afirmou Francisco Assis. Ou seja, deverá sê-lo antes do final do ano. A diferença é que no caso da Educação, o Parlamento terá de esperar pela proposta do Governo. “Será em torno das orientações da nova ministra que se irá tentar construir um consenso, na AR, que permita a aprovação de uma solução” , sublinhou.
Os portugueses estão a ler mais e sobretudo estão a valorizar mais a importância de manter hábitos de leitura, segundo um estudo que faz um balanço positivo dos três anos de actividade do Plano Nacional de Leitura (PNL).
Segundo o sociólogo António Firmino da Costa, que sexta-feira apresenta na Fundação Calouste Gulbenkian a “Avaliação externa do Plano Nacional de Leitura - 3.º ano”, o PNL concertou as colaborações de muitas entidades na sociedade portuguesa “e tem tido resultado muitíssimo interessantes”.
“Há muito mais pessoas a ler e há uma subida clara do reconhecimento público da importância que tem a leitura para a sociedade actual e para a vida individual de cada um”, afirma o sociólogo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), considerando este é um avanço importante “num país que tinha historicamente grandes carências neste domínio e precisava de fazer avanços muito rápidos”.
Firmino da Costa salienta que a avaliação revela que nas escolas, principalmente no primeiro ciclo, os alunos estão a ler mais porque foi criada “uma actividade de leitura orientada, com livros oferecidos, para que todos os alunos tenham livros na mão”. “Há aí uma expansão enorme da leitura, mas, por outro lado, os inquéritos que têm sido feitos por várias entidades à leitura da população como um todo permitem perceber que a leitura tem tido uma tendência crescente, quer do ponto de vista do reconhecimento da sua importância, quer do ponto de vista da actividade da leitura”, afirma.
O sociólogo realça que este processo de reconhecimento da importância da leitura é progressivo e estará sempre inacabado. “Nada disto são movimentos bruscos, estamos a falar de processos sociais e culturais de longa duração e que, portanto, levam o seu tempo. O que é muito surpreendente é que, em três anos, tenham havido progressos tão significativos”, considera, assinalando que nem o trabalho está completo nem o PNL esgota todas as acções de promoção de leitura, num tempo em que a leitura se faz através de vários suportes, que não apenas o livro de capa dura.
Há gente que consegue obter resultados muito rapidamente… Não estarão a confundir contacto com livros com leitura efectiva? Receio bem que sim!...
Pôr os alunos a ler por sua própria iniciativa é algo que não depende só da vontade dos professores… Se assim fosse, haveria muito mais leitores no País.
Para incutir o gosto pela leitura entre os portugueses seria mais útil colocar no mercado livros de qualidade a preços convidativos, como acontece noutros países, nomeadamente em Espanha. Mas aqui continua-se a valorizar o espectáculo, o faz-de-conta… Os relatórios indicam uma coisa, mas a realidade não condiz com a dos relatórios encomendados…
No seu discurso de tomada de posse no Palácio da Ajuda, Sócrates reconheceu que os tempos são “exigentes e difíceis”, devido à crise económica mundial, que impõe “um esforço sério para a recuperação das economias”. Mas não só. “O que se exige da governação nestes tempo é que prossiga um rumo claro e uma estratégia lúcida e ousada de modernização da economia, do Estado e da sociedade portuguesa”, afirmou.
Esta modernização é a prioridade do novo executivo que, segundo José Sócrates, valorizará “o conhecimento, a cultura, a tecnologia, a inovação e o espírito de iniciativa”. Como exemplos deu a aposta nas energias renováveis e na eficiência energética e a “extensão da escolaridade para todos até ao fim do ensino secundário”,
A terceira prioridade é a justiça social, “qualificar os serviços públicos”, na defesa da segurança social, serviço nacional de saúde “moderno e qualificado” e uma valorização do “sistema público de ensino”.
O chefe do governo alertou para o quadro político nos próximos anos, dado que não tem maioria absoluta no Parlamento e defendeu estabilidade e responsabilidade. “Estabilidade que é um valor político essencial para atrair investimento, aumentar a confiança”, disse.
Todas as “instituições e responsáveis do sistema político”, garantiu, podem contar com a “lealdade e o respeito do Governo”. Sócrates renovou ainda “o empenhamento na cooperação institucional” com o Presidente da República e reafirmou o respeito perante o Parlamento. “Contarei com o sentido de responsabilidade de todas as forças parlamentares”, afirmou, pedindo que seja respeitada “a esfera de competências próprias do Governo”.
Se bastasse ler a história para entender a razão da mudança da hora, a resposta seria fácil. Tudo começou com Benjamin Franklin, o político e inventor do pára-raios e das lentes bifocais. Em 1784, num artigo publicado num jornal francês, Franklin sugeria que a França adiantasse uma hora no Verão, alegando que Paris poderia poupar anualmente 32 mil toneladas de cera de vela. Só mais de um século depois é que a sugestão seria tida em conta, no contexto da Primeira Guerra Mundial, para economizar energia.
Os governos europeus decidiram, assim, adiantar os seus relógios uma hora, inaugurando a chamada "hora de Verão". Consequentemente, os dias passaram a acabar mais tarde e menos energia era consumida. Mas, com o desenvolvimento das sociedades, o pretexto de poupança energética perdeu força e deixou de justificar por si só mudanças no compasso do tempo. Por isso, se hoje quisermos explicar por que muda a hora em Portugal, teríamos de partir de um palavrão ─ a cronobiologia, ciência que estuda os ritmos biológicos.
Petition, do chinês Zhao Liang, e October Country, dos americanos Michael Palmieri e Donal Mosher, foram as longas vencedoras da Competição Internacional do DocLisboa 2009, mas o verdadeiro triunfador da sétima edição do certame é um filme português: Pare, Escute, Olhe, que arrecadou nada menos de três prémios.
Segunda realização do repórter de imagem da SIC Jorge Pelicano, após Ainda Há Pastores?, Pare, Escute, Olhe debruça-se sobre o destino da linha ferroviária do Tua e foi o vencedor da Competição Portuguesa, recebendo os prémios de melhor longa-metragem e melhor montagem, e ainda o Prémio Escolas atribuído por um júri de alunos liceais.