Os portugueses estão a ler mais e sobretudo estão a valorizar mais a importância de manter hábitos de leitura, segundo um estudo que faz um balanço positivo dos três anos de actividade do Plano Nacional de Leitura (PNL).
Segundo o sociólogo António Firmino da Costa, que sexta-feira apresenta na Fundação Calouste Gulbenkian a “Avaliação externa do Plano Nacional de Leitura - 3.º ano”, o PNL concertou as colaborações de muitas entidades na sociedade portuguesa “e tem tido resultado muitíssimo interessantes”.
“Há muito mais pessoas a ler e há uma subida clara do reconhecimento público da importância que tem a leitura para a sociedade actual e para a vida individual de cada um”, afirma o sociólogo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), considerando este é um avanço importante “num país que tinha historicamente grandes carências neste domínio e precisava de fazer avanços muito rápidos”.
Firmino da Costa salienta que a avaliação revela que nas escolas, principalmente no primeiro ciclo, os alunos estão a ler mais porque foi criada “uma actividade de leitura orientada, com livros oferecidos, para que todos os alunos tenham livros na mão”. “Há aí uma expansão enorme da leitura, mas, por outro lado, os inquéritos que têm sido feitos por várias entidades à leitura da população como um todo permitem perceber que a leitura tem tido uma tendência crescente, quer do ponto de vista do reconhecimento da sua importância, quer do ponto de vista da actividade da leitura”, afirma.
O sociólogo realça que este processo de reconhecimento da importância da leitura é progressivo e estará sempre inacabado. “Nada disto são movimentos bruscos, estamos a falar de processos sociais e culturais de longa duração e que, portanto, levam o seu tempo. O que é muito surpreendente é que, em três anos, tenham havido progressos tão significativos”, considera, assinalando que nem o trabalho está completo nem o PNL esgota todas as acções de promoção de leitura, num tempo em que a leitura se faz através de vários suportes, que não apenas o livro de capa dura.
Fonte: PÚBLICO
Comentário:
Há gente que consegue obter resultados muito rapidamente… Não estarão a confundir contacto com livros com leitura efectiva? Receio bem que sim!...
Pôr os alunos a ler por sua própria iniciativa é algo que não depende só da vontade dos professores… Se assim fosse, haveria muito mais leitores no País.
Para incutir o gosto pela leitura entre os portugueses seria mais útil colocar no mercado livros de qualidade a preços convidativos, como acontece noutros países, nomeadamente em Espanha. Mas aqui continua-se a valorizar o espectáculo, o faz-de-conta… Os relatórios indicam uma coisa, mas a realidade não condiz com a dos relatórios encomendados…
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