terça-feira, 13 de outubro de 2009

Privados à conquista da água

Segundo um estudo de Luísa Tovar, especialista na área do Ambiente, em 1996 a participação privada no abastecimento público era apenas residual, concentrada em França e a na Inglaterra, um pouco em Espanha. Em 2001 o Banco Mundial apontava para a concessão privada de 5 por cento do abastecimento público do globo. Esta percentagem tem subido nos últimos anos. Mas se o crescimento é à escala e global, são apenas sete grupos económicos, encabeçados por duas transnacionais de origem francesa Suez/Lyonaise des Eaux e ex-Vivendi (ex-Générale des Eaux) que dominam os mercados. Aliás, a Générale des Eaux já se instalou em Portugal. Estas transnacionais actuam em corporação, gerindo o mercado conforme as oportunidades de aquisição de serviços.

O objectivo dos grupos económicos é o converter o mercado das águas em negociação livre, à semelhança do mercado do petróleo, onde depois o recurso possa ser transaccionado conforme as necessidades e capacidades económicas das empresas e dos Estados. No entanto, nos últimos anos e sobretudo em França e em Inglaterra, uma forte oposição popular conseguiu a “re-nacionalização” de serviços privatizados das águas algo que aconteceu também na Holanda, depois da privatização extrema até das captações. A União Europeia, entretanto, aprovou na directiva “Quadro da Água”, os princípios do “utilizador-pagador” e da “recuperação dos custos”, que implicará, pelo menos, o lucro zero mas também o défice zero na exploração do mercado de águas e saneamento.

O Diabo 13 de Outubro de 2009

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