Ao contrário dos últimos anos, o Dia do Professor será vivido em ambiente de paz pelos 140 mil profissionais, que avisam, contudo, estar atentos aos compromissos sobre carreira e avaliação.
Pela primeira vez em vários anos, o Dia do Professor, que se assinala hoje, é vivido em ambiente de paz. Mas os docentes avisam que não baixaram a guarda com a perspectiva de uma nova equipa ministerial. E exigem mudanças rápidas no Estatuto da Carreira e na avaliação.
“Esperamos que surja uma iniciativa parlamentar para suspender de imediato o actual modelo de avaliação e iniciar a discussão de uma alternativa”, diz ao DN Ricardo Silva, da Associação dos Professores em Defesa do Ensino (APEDE). “A questão da divisão da carreira, que, para nós é ainda mais importante, deverá ser também rapidamente abordada, através da discussão de um novo estatuto.”
Para Ricardo Silva, mesmo com o compromisso da oposição nestes temas, continua a haver “riscos” para os professores: “O pior que poderá acontecer será voltarmos aos memorandos de entendimento e aos modelos simplificados”, avisa. “Não bastam intenções. Queremos mudanças definitivas.”
Paulo Guinote, do blogue A Educação do Meu Umbigo, é mais ponderado nas expectativas: “Espero que, pelo menos, os partidos da oposição cumpram as suas promessas. Poderemos ser ingénuos ao acreditar que isso vai acontecer. Vamos ver”, diz.
Assumidamente optimista é a perspectiva dos sindicatos: “Os partidos que se comprometeram, que estiveram do lado dos professores na luta contra as políticas educativas do anterior Governo, estão hoje em maioria na Assembleia e é natural que nós possamos olhar o futuro com mais esperança do que aconteceu no passado”, frisou Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) à Lusa.
Já João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação, foi mais longe, antecipando à Lusa a possibilidade de abertura política para outros temas: “Julgamos necessário também rever a estrutura salarial dos professores, valorizando os professores em início de carreira cujos salários são baixos.”
Quanto ao futuro ministro da Educação, desde que não seja Maria de Lurdes Rodrigues, a questão é secundária para os docentes. Isabel Alçada, coordenadora do Plano Nacional de Leitura, é, admite Guinote, “um nome que agrada, desde que não seja para repetir as mesmas políticas”. O professor universitário Santana Castilho, muito crítico do ministério, é o “preferido” da APEDE, que também não exclui, “na esfera do PS, António José Seguro”.
Fonte: Diário de Notícias
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