Lusa 15:44 Sexta-feira, 20 de Fev de 2009 |
“Vou mascarada de presidente do Conselho Executivo, ou seja, amordaçada e acorrentada, sem qualquer autoridade e muitas vezes até sem poder falar”, disse, à Lusa, a responsável do agrupamento.
Cecília Terleira falava antes de pôr uma mordaça preta na boca, que manteve ao longo do desfile carnavalesco.
Desfilou ainda com as mãos acorrentadas, acompanhada dos restantes professores, todos igualmente trajados de negro e alguns também acorrentados e amordaçados.
Os professores afirmaram que participam neste desfile porque foram “obrigados” pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
“Vamos contrariados e desmoralizados, mas vamos, porque fomos obrigados a ir por uma determinação da directora regional”, afirmou Cecília Terleira.
Os professores daquele agrupamento tinham decidido, em Conselho Pedagógico, cancelar o desfile de Carnaval, alegando falta de tempo para o preparar.
Os docentes queixam-se de estarem “atafulhados” de trabalho, com os processos de eleição do Conselho Geral e do director do agrupamento, as provas assistidas e a avaliação do desempenho, e ainda as provas de aferição e exames nacionais.
No entanto, a Associação de Pais do agrupamento já se tinha insurgido contra o cancelamento do desfile e chegou mesmo a ameaçar com manifestações públicas de protesto, considerando que os professores estavam a usar os alunos como “armas de arremesso” contra o Ministério da Educação, por causa do processo de avaliação de desempenho.
Terça-feira, a directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, determinou, através de um e-mail, a realização do desfile.
“Determino o cumprimento das actividades com os alunos previstas para esta época”, refere o e-mail.
Por isso, os professores desfilaram hoje com a palavra “determino” nas costas e com cartazes com a frase “De luto mas em luta”.
“Os professores preferiram ceder à determinação da DREN do que colocar em causa o meu lugar de presidente do Conselho Executivo. Por isso, embora completamente contrariados, cá estamos todos a 'festejar' o Carnaval”, afirmou Cecília Terleira.
Durante os últimos dias, Cecília Terleira tinha sido “proibida de falar” à comunicação social sobre esta polémica.
A Lusa tentou ouvir Margarida Moreira sobre este assunto, mas sem sucesso até ao momento.
VCP.
Lusa/fim
Fonte: Expresso
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