Petição
GAVE diz que o principal problema do exame de português foi a gramática
27.07.2011 — 14:21 Por Clara Viana
O director do Gabinete de Avaliação Educacional, Hélder de Sousa, negou ao PÚBLICO que a descida do resultado médio das classificações no exame de Português do 12.º ano da primeira fase se ficou a dever a problemas de interpretação de um poema de Álvaro de Campos.
No fim-de-semana foi lançada, na Internet, uma petição pública reclamando uma revisão das classificações da prova de Português, que resultaram na pior média nesta disciplina desde que existem exames nacionais. A reclamação tem na base um comentário publicado por Teresa Rita Lopes, especialista na obra de Fernando Pessoa. No seu comentário, a docente considera que “a escolha do poema [Na Casa Defronte] foi infeliz”, uma vez que “o seu bom entendimento implicaria um conhecimento aprofundado da poesia de Campos que não pode ser exigido a alunos deste nível”. E também que as perguntas e os critérios de correcção não são os adequados.
Na petição refere-se que os estudantes “foram gravemente prejudicados por erros que não são da sua responsabilidade”, lembrando que tal pode ter um impacto negativo nas suas candidaturas ao ensino superior. O grupo contestado vale 70 pontos em 200.
O ministério delegou explicações no director do Gave. Hélder de Sousa afirma que os textos do grupo que é alvo da petição “foram escolhidos a partir da lista de autores estudados no 12.º ano”. E confirmou, por outro lado, que a “análise dos resultados de cada uma das respostas” mostra que a descida da média “se centra no fraco desempenho evidenciado pelos alunos na resposta às questões que avaliam o conhecimento das regras básicas do funcionamento da língua, como, por exemplo, a identificação do sujeito de uma oração”. Duas perguntas de gramática terão contribuído para metade dos 14 pontos de quebra na média dos alunos internos.
A presidente da Associação de Professores de Português lembrou que um dos principais problemas, no grupo da interpretação, se deveu ao facto de os alunos terem confundido sensações com sentimentos.
► PÚBLICO
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