É necessária pois a avaliação. Mas não qualquer tipo de avaliação. E, sobretudo, não pode ser uma finalidade qualquer. Existem avaliações protocolares, absolutamente inúteis para a compreensão e a melhoria. Seria melhor não as fazer, já que impedem que se estabeleçam outras formas de a executar com mais rigor. A meu ver, a avaliação do Departamento tem de ser:
Contextualizada: Cada Departamento tem a sua história, as suas condicionantes, a sua configuração, os seus meios, a sua aceitação pela comunidade...
Processual. Não importam somente os resultados (sobretudo se nos referimos ao volume de conhecimentos adquiridos), mas também os processos de aprendizagem e convivência.
Qualitativa. Atribuir o rigor à medição e à quantificação é um risco grave quando se trata de processos complexos referentes à pessoa humana e ao seu desenvolvimento.
Externa. Os interessados têm as chaves da sua experiência, mas estão demasiado mediatizados pelas hipóteses teóricas, pelos interesses em jogo e pelos valores.
Democrática. O controlo dos dados e das informações tem de pertencer à comunidade educativa e não aos agentes e patrocinadores da avaliação.
Direccionada para a melhoria. A finalidade essencial não é a produção de conhecimento, nem o controlo institucional, nem a compreensão puramente teórica. A finalidade essencial que a avaliação persegue é a melhoria da prática.
Comprometida com os valores. A orientação é uma função eminentemente ética, não técnica. Por isso, os mesmos meios têm de ser analisados sob o prisma dos valores. E, obviamente, os resultados. Convém não esquecermos de que nos estamos a referir a valores de carácter público, não tanto aos que são património da privacidade de cada indivíduo.
A avaliação pode ser feita enquanto se desenvolve o processo, o qual permite mudar e melhorar a acção, e também um tempo depois, de maneira a que se possa verificar o que é que aconteceu às pretensões que se tinham elegido (Santos Guerra,
Miguel Santos Guerra, Entre Bastidores ― O lado oculto da organização escolar, Edições ASA, Porto
Nota: Texto recolhido no blogue Terrear
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