Claude Seibel numa audiência no Alto Conselho para a Educação de França (2007, ver Effets nocifs du redoublement précoce) defendeu, com base em rigorosos estudos estatísticos, que as retenções causam prejuízos no percurso escolar dos alunos. Estudando dois grupos de alunos igualmente fracos, com competências comparáveis, um deles ficando retido e o outro passando de ano, verificou alguns meses depois, que o grupo que passou de ano progrediu mais do que o outro. Com vinte anos de intervalo repetiu a experiência e os resultados foram análogos aos que já obtivera. Para além de aprenderem menos do que os outros, verificou-se mais tarde, que os alunos que ficaram retidos são, por este facto, prejudicados na sua carreira académica.
A ideia do senso comum de que "chumbar" nunca fez mal a ninguém não tem qualquer fundamento, porque efectivamente faz muito mal.....
Teremos nós o direito de privar os alunos das aprendizagens a que têm direito no seu grupo etário, obrigando-os a marcar passo e ficar para trás?
É altura de quebrar tabus e discutir processos que permitam, na linha das recomendações da OCDE substituir as repetências por estratégias de apoio ao primeiro sinal de dificuldades dos alunos.
Todos os países têm alunos com dificuldades escolares. É tempo de olhar sem preconceitos para este problema e vermos as estratégias que encontraram para resolver este problema.
Ana Maria Bettencourt
Fonte: Inquietações Pedagógicas
domingo, 26 de outubro de 2008
Os efeitos nocivos de uma reprovação
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