Comentário:
Depois de termos lido a explicação do jornal, percebemos melhor o ambiente em que decorreu a entrevista. Esta terá servido para Sócrates compor a sua imagem, num momento em que o verniz desta começa a estalar.
Se conhecia antecipadamente as áreas temáticas sobre as quais seria questionado, por que não se preparou devidamente, no que diz respeito à Educação?
José Sócrates faz uma pergunta retórica «Quando é que foi feita a avaliação de professores?», para ele mesmo responder: «Nunca no passado. Esta é a primeira vez que está a haver.» Mais à frente acrescenta: «A pior injustiça é não fazer avaliação nenhuma como não aconteceu nos últimos 30 anos!...» Embora lhe tenha fugido a boca para a verdade, o que ele queria era dizer o contrário, aliás o que tem feito diversas vezes. É lamentável um Primeiro-Ministro não conhecer o que se tem passado no seu próprio país. Ou é distraído ou então os seus assessores também não dominam algumas matérias… Terá em mente que uma mentira muitas vezes repetida se transformará numa verdade? Para quem tanto apregoa o rigor, convenhamos que isto não lhe fica muito bem…
Afirma José Sócrates que «neste momento, já mais de, salvo erro, 17 mil professores foram avaliados. Desses 17 mil, 7% foram classificados com "muito bom" ou "excelente".» E aqui Sócrates revela também desconhecimento dos números. O próprio Portal da Educação desmente este número. De 12 mil para 17 mil vai uma grande diferença!... Um aumento de quarenta e dois por cento, para ser mais preciso. Por outro lado, então a classificação não implica um número?
Não andará a precisar de um acção de formação para se inteirar melhor dos assuntos desta área?
Em vez de se ufanar do mérito das suas reformas, que põem os professores a preencher papéis, a responder a inquéritos sobre assuntos que já estão decididos, deveria deixá-los trabalhar naquilo que eles mais gostam: na sala de aulas, junto dos seus alunos.
Deixo-lhe um desafio: experimente pôr um qualquer computador a ensinar os alunos!...
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