sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lista de escolas que contestam avaliação já chega às 557

Alguém se deu ao trabalho de fazer uma lista identificando em cada Agrupamento as Escolas que o constituem. A lista pode ser consultada através deste atalho.

Fomos enganados?

O Primeiro-Ministro português apresentou o computador Magalhães na Cimeira Ibero-Americana como «o primeiro grande computador ibero-americano». E eu a pensar que ele era mesmo português!.. Por outro lado, como a minha filha mais nova frequenta este ano o 1.º Ano de Escolaridade, preenchi o formulário para lhe oferecer um computador como prenda de Natal. Parece que que não vou poder cumprir o meu desejo, pois já li na Imprensa que os Magalhães que faltam só serão entregues no próximo ano. Espero que não seja só na véspera das eleições... Ou então para tentarem 'comprar' votos...
José Sócrates diz que o computador se destina «a todas as crianças dos 7 aos 77 anos». Mas a minha filha, tal como a maioria dos colegas, só tem 6 anos! Logo não pode utilizá-lo!...
Esquisito é o facto de José Sócrates afirmar que todos os seus assessores usam um... Ou são pouco dotados no que diz respeito às Tecnologias de Informação e Comunicação, ou pouco exigentes, ou trabalham pouco com ele ou então justificam aquilo que ganham publicitando a utilização do Magalhães...

Luís Marques Mendes: «Avaliação para promover a qualidade e o mérito»

Vejamos o que propõe Luís Marques Mendes, antigo ministro de governos do Partido Social Democrata e antigo líder do mesmo partido, sobre a avaliação, no seu livro «Mudar de Vida», editado recentemente:

Escolas que resistem e dizem não ao actual modelo de avaliação dos docentes

Eis uma lista de escolas que têm vindo a divulgar a sua resistência ao actual modelo de Avaliação de Desempenho dos Docentes:

Agrupamento de Escolas António José De Almeida - Penacova
Agrupamento de Escolas Aristides de Sousa Mendes - Póvoa de Santa Iria
Agrupamento de Escolas Clara de Resende - Porto
Agrupamento de Escolas Conde de Ourém – Ourém
Agrupamento de Escolas Coura e Minho - Caminha
Agrupamento de Escolas D. Carlos I - Resende
Agrupamento de Escolas D. Carlos I - Sintra
Agrupamento de Escolas D. Manuel de Faria e Sousa – Felgueiras
Agrupamento de Escolas D. Martinho C. Branco - Portimão
Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida – Abrantes
Agrupamento de Escolas da Maceira – Leiria
Agrupamento de Escolas de Alvide - Cascais
Agrupamento de Escolas de Aradas - Aveiro
Agrupamento de Escolas de Armação de Pêra - Algarve
Agrupamento de Escolas de Aveiro
Agrupamento de Escolas de Castro Daire
Agrupamento de Escolas de Forte da Casa - Lisboa
Agrupamento de Escolas de Lousada Oeste
Agrupamento de Escolas de Marrazes - Leiria
Agrupamento de Escolas de Ourique - Alentejo
Agrupamento de Escolas de Ovar
Agrupamento de Escolas de S. Julião Da Barra - Oeiras
Agrupamento de Escolas de Vila do Bispo - Algarve
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Santo André - Santiago do Cacém
Agrupamento de Escolas de Vouzela
Agrupamento de Escolas Dra. Maria Alice Gouveia
Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos - Pinhal Novo
Agrupamento de Escolas N.º 1 - Beja
Agrupamento de Escolas Nuno Álvares Pereira – Camarate
Agrupamento de escolas Pedro de Santarém - Lisboa
Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches – Penamacor
Agrupamento Vertical Clara de Resende - Porto
Agrupamento Vertical da Senhora da Hora - Porto
Agrupamento Vertical de Escolas de Gueifães – Maia
Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues – Silves
Agrupamento Vertical Escolas de Azeitão
Comunicado Conjunto de Alguns Executivos para a DREC
Declaração da Demissão de Avaliador do Prof. José Maria Barbosa Cardoso Departamento de Expressões da Escola Eugénio de Castro - Coimbra
Departamento de Expressões da Escola Secundária Filipa de Vilhena - Porto
Departamento de História, Filosofia e EMR da Escola Secundária de Odivelas
Escola Alice Gouveia - Coimbra
Escola Básica 1 de Santa Maria de Beja -
Demissão do Conselho Executivo e de todos os Órgãos intermédios
Escola Básica 2, 3 da Abelheira - Viana do Castelo

Escola Básica 2, 3 Frei Bartolomeu dos Mártires - em Viana do Castelo
Escola Básica 2,3/Secundário de Celorico da Beira
Escola Básica 2/3 António Fernandes de Sá - Gervide
Escola Básica 2/3 de Tortosendo

Escola Básica 2/3 de Lijó
Escola Básica Frei André da Veiga - Santiago do Cacém

Escola de Arraiolos
Escola EB23 Dr. Rui Grácio - Sintra

Escola Eugénio de Castro - Fernando Lopes-Graça, Parede - Cascais
Escola Jaime Magalhães Lima - Aveiro
Escola Martim de Freitas - Coimbra
Escola Secundária Alcaides de Faria - Barcelos
Escola Secundária André de Gouveia
Escola Secundária Augusto Gomes - Matosinhos
Escola Secundária Avelar Brotero - Coimbra
Escola Secundária c/ 3.º Ciclo Camilo Castelo Branco - Vila Real
Escola Secundária c/ 3.º Ciclo Manuel da Fonseca - Santiago do Cacém
Escola Secundária c/ 3.º CEB Madeira Torres - Torres Vedras
Escola Secundária c/ 3.º Ciclo de Barcelinhos
Escola Secundária c/ 3.º Ciclo de Madeira Torres - Torres Vedras
Escola Secundária c/ 3.º Ciclo Rainha Santa Isabel - Estremoz
Escola Secundária Camões - Lisboa (Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/Coordenadores)
Escola Secundária Campos - Melo - Covilhã
Escola Secundária D. João II - Setúbal
Escola Secundária da Amadora
Escola Secundária da Amora
Escola Secundária de Albufeira - Algarve (Abaixo-assinado)
Escola Secundária de Arganil
Escola Secundária de Camões - Lisboa (Declaração de Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/ Coordenadores)
Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo - Leiria
Escola Secundária de Miraflores - Oeiras
Escola Secundária de Montemor-o-Novo
Escola Secundária de S. Pedro - Vila Real
Escola Secundária de Sebastião da Gama - Setúbal
Escola Secundária de Vila Verde
Escola Secundária Dom Manuel Martins - Setúbal
Escola Secundária Dona Maria - Coimbra
Escola Secundária Dr. Júlio Martins - Aveiro
Escola Secundária Emídio Navarro - Viseu
Escola Secundária Ferreira de Castro
Escola Secundária Ferreira Dias - Santiago do Cacém
Escola Secundária Infanta D. Maria – Coimbra
Escola Secundária Jaime Magalhães Lima - Aveiro
Escola Secundária Martins Sarmento - Guimarães
Escola Secundária Monte da Caparica - Lisboa
Escola Secundária Montemor-o-Novo
Escola Secundária Rio Tinto
Escola Secundária Seomara da Costa Primo - Amadora
Escola Secundária Severim de Faria
Escola Secundária/3 De Barcelinhos (Conselho Pedagógico Suspende Avaliação)
Escolas do Concelho de Chaves (9 escolas)
Moção na Escola Secundária de S. Pedro - Vila Real
FONTE: APEDE

Comunicado conjunto FENPROF e Movimentos de Professores

A Federação Nacional dos Professores, FENPROF, representada por alguns elementos do seu Secretariado Nacional, e 3 Movimentos de Professores (APEDE, MUP e Promova), representados por alguns professores mandatados para o efeito, reuniram na noite do dia 29 de Outubro de 2008, em Lisboa, com o objectivo de trocarem impressões sobre a situação que se vive hoje nas escolas portuguesas, as movimentações de professores que resultam da necessidade de enfrentar a ofensiva sobre a escola pública (e os professores em concreto) que este Governo continua a desenvolver e, concretamente – conforme constava da iniciativa que estes 3 Movimentos tomaram ao solicitar este encontro à FENPROF -, serem explicitados os motivos que levaram à convocatória de uma iniciativa pública de professores marcada para o próximo dia 15 de Novembro. (…)
FONTE: APEDE

Relato da visita de um elemento do "112 - Avaliação dos Professores" a uma escola

Um e-mail publicado no blogue PROFAVALIAÇÃO relata a visita de um elemento da equipa nomeada pela ministra da Educação para 'apagar os fogos' nas escolas.

Os mesmos objectivos, uma manifestação conjunta

Já é oficial: haverá apenas uma manifestação, tal como eu já anunciara no post anterior. O sítio da FENPROF já divulgou um texto a saudar «o facto de ter sido possível chegar a acordo com três movimentos (APEDE, MUP e PROMOVA), no sentido de se realizar apenas uma grande iniciativa nacional de Professores - Plenário seguido de Manifestação, com trajecto ainda a definir - no dia 8 de Novembro.»
O blogue PROFAVALIAÇÃO, de Ramiro Marques, já se pronunciou sobre o assunto.

Sindicatos e Movimentos de Professores acordam realizar uma única manifestação

Os Sindicatos e os Movimentos de Professores já acordaram realizar uma única manifestação em Lisboa, no dia 8 de Novembro, tal como já estava prevista pela Plataforma Sindical dos Professores. Finalmente, começa a imperar o bom-senso na classe docente. Na minha escola já estão inscritos 15 docentes, mas a tendência é para aumentar. Se tivermos em conta que na manifestação de Março apenas se deslocaram a Lisboa 2 docentes, podemos ter alguma ideia acerca do descontentamento que vai grassando nesta classe...

'Magalhães' chegou à Cimeira Ibero-Americana

O primeiro-ministro, José Sócrates, fez da sua primeira intervenção na Cimeira Ibero-Americana «um momento de promoção» do computador Magalhães, presente na mesa de trabalho dos 22 Chefes de Estado e de Governo.

Durante mais de cinco minutos, Sócrates apresentou o Magalhães como sendo «o primeiro grande computador ibero-americano», dizendo mesmo que é uma «espécie de Tintim: para ser usado desde os sete aos 77 anos».

«Não há um computador mais ibero-americano do que este, desde logo porque se chama Magalhães - e não há nome mais ibero-americano do que Magalhães», disse, acrescentando que todos os seus assessores usam diariamente o Magalhães para o seu trabalho.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

CRÓNICA de João Gobern na Antena 1

A crónica de hoje de João Gobern na Antena 1 versa sobre a Educação, observando determinados aspectos que penalizam os professores.

Será possível escrever sem erros?

O programa Sociedade Civil da RTP2, apresentado por Fernanda Freitas, foi dedicado hoje ao tema Língua sem erros - é possível?
Averá idéia de cuantos errus hisistem na limgua purtogueza?
Esta junção de erros ortográficos detectados em testes de acesso ao ensino superior revela bem a ignorância sobre a língua portuguesa que grassa em boa parte dos variados graus de educação. Como inverter esta tendência numa criança? Muitos profissionais têm desenvolvido algum trabalho específico, estabelecendo orientações e estratégias para o diagnóstico. Mas do diagnóstico à resolução do problema vai um passo de gigante. Que soluções existem? Toda a discussão num momento em que a TLEBS foi suspensa do ensino básico e os manuais adaptados continuam à venda nas livrarias.

Convidados:

Ponces de Carvalho
, Director da Escola Superior de Educação João de Deus
Raul Rosado Fernandes
, Antigo Professor Catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Ex-reitor da Universidade de Lisboa e Signatário contra o acordo ortográfico
Paulo Feytor Pinto
, Presidente da Associação de Professores de Português
António Amaral
, Vice-Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais
FONTE: http://sociedade-civil.blogspot.com/

As violências nas escolas

O programa Sociedade Civil da RTP2, apresentado por Fernanda Freitas, foi dedicado, no passado dia 8 de Setembro do corrente ano, ao tema Violência na Escola.
O programa contou com a presença de Albino Almeida (presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, António Ponces de Carvalho (Escola Superior de Educação João de Deus), Henrique Borges (Federação Nacional de Professores) e o Sub-Intendente da PSP, Luís Elias (programa Escola Segura).

CONFAP reconhece que os alunos têm razão

A CONFAP divulgou através de um comunicado com data de 23/10/2008 que «os alunos têm razão» no que diz respeito ao Estatuto do Aluno do Ensino não Superior. Leia-se a sua posição no sítio daquela entidade. Embora a língua portuguesa ali utilizada revele algumas limitações na sua utilização, o que importa é a compreensão da mensagem...

Plataforma Sindical dos Professores envia missiva à ministra da Educação

A Plataforma Sindical dos Professores, entidade que congrega todos os sindicatos de professores, dirigiu uma missiva à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, solicitando a suspensão da aplicação do processo de avaliação.
No início do ofício, lê-se o seguinte:
Um mês após o início das aulas, os professores e educadores debatem-se com uma inegável realidade sobre a implementação do novo modelo de avaliação de professores, que se tem tornado numa impossibilidade crescente da sua aplicação prática nas escolas. Acresce que, em resultado desta dificuldade preocupante, a mesma tende a não observar os níveis mínimos de equidade e tem constituído um factor de turbulência, o que torna impossível assegurar o normal funcionamento das escolas no domínio da sua principal missão que é o ensino.

A Plataforma observa no mesmo documento:
Por outro lado, o Ministério da Educação está em vias de cometer irregularidades, pois ao propor na Lei do Orçamento de Estado, a isenção de publicação em DR das delegações de competências dos avaliadores, não faz mais do que excepcionar, com um único objectivo, um problema decorrente de uma Lei Geral e universal, invertendo de facto e de direito, a hierarquização das leis e fora da sua sede própria, que seria a revisão do Código do Procedimento Administrativo para efeitos da revogação do modo de delegação de competências. De outra forma estaremos à margem das regras de um estado de direito democrático.
A missiva é rematada, sublinhando:
Como é evidente, da suspensão deste processo não poderão decorrer quaisquer prejuízos para os professores, pelo que os sindicatos que constituem a Plataforma Sindical dos Professores manifestam a sua disponibilidade para que sejam encontradas as soluções adequadas que garantam a normal progressão dos professores na carreira, dado não lhes serem imputáveis os problemas com que se deparam e para cujas consequências, hoje bem visíveis e sentidas, tiveram a preocupação de alertar em tempo oportuno.

Parecer do CNE sobre as crianças dos 0 aos 12 anos

O Conselho Nacional de Educação aprovou um parecer sobre a educação das crianças dos 0 até aos doze anos, recomendando o fim dos 'chumbos'. Vem mesmo a calhar, para as pretensões já anunciadas da ministra da Educação. Já agora, porque não estender a idade até os jovens poderem recorrer aos Centros Novas Oportunidades? Assim, poderiam fazer a escola toda sem stresse... O que estaremos para ver mais?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Conselho Nacional de Educação recomenda fim dos 'chumbos' até aos 12 anos

Se o ministério aceitar uma recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE), os alunos deixarão de reprovar na escola até que completem os 12 anos. A proposta, revelada hoje no “Diário Económico” baseia-se nas recomendações da OCDE e nos resultados obtidos com uma política idêntica na Finlândia, onde ninguém reprova durante a escolaridade obrigatória. A Finlândia tem o melhor desempenho escolar do mundo.

No projecto de parecer “A educação das crianças dos 0 aos 12 anos”, o CNE sugere, em alternativa ao chumbo, “medidas eficazes de apoio”, como “intervenções aos primeiros sinais de dificuldades e estratégias de diferenciação pedagógica.

FONTE: PÚBLICO

Banco de itens alargado a mais disciplinas

O projecto do Banco de itens, lançado em 2006 pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), que arrancou com questões sobre Matemática, conta já com itens das disciplinas de Língua Portuguesa, no 1.º e 2.º ciclos, Biologia, Biologia e Geologia, Economia, Física, Física e Química, Geografia e Química, do ensino secundário.
Esta iniciativa visa proporcionar aos professores e aos alunos uma ferramenta de apoio ao ensino e à aprendizagem.
Os alunos têm a possibilidade de testar os seus conhecimentos, respondendo aos itens na página electrónica do GAVE.
Aos professores, por sua vez, é disponibilizado o acesso a uma área reservada, onde podem criar pastas personalizadas destinadas a trabalhos de casa ou fichas de avaliação, entre outras funcionalidades.
O professor pode ainda sugerir itens da sua autoria para posterior publicação no Banco de Itens.
Todos os itens sugeridos serão analisados pelo GAVE, tendo os mesmos de cumprir as seguintes regras: ser da autoria do professor que o sugere; o autor tem de estar devidamente identificado; o conteúdo do item tem de estar de acordo com os programas em vigor; e o item deve estar devidamente caracterizado, indicando conteúdos e capacidades.
O item, se aprovado, será publicado com menção ao autor respectivo.

ANPMES discorda do aumento do salário mínimo e adverte o Governo

O presidente da Associação Nacional das PME [Pequenas e Médias Empresas] considera que o aumento do salário mínimo terá como consequência directa a expansão do número de beneficiários do subsídio de desemprego. A jusante, vaticina Augusto Morais, obrigará o Governo a elaborar um orçamento rectificativo.
“A Associação não se vai manifestar, mas vai determinar junto dos associados que não renovem os contratos, o que significa que o primeiro-ministro vai ter uma aumento do desemprego”, afirmou o responsável.
FONTE: RTP

SIC - 'Ranking' das escolas

No Jornal da Noite da SIC foi feita uma análise aos resultados divulgados pelo Ministério da Educação, tendo esta estação de televisão elaborado o seu ranking de escolas.

ANP propõe suspensão do modelo de avaliação de desempenho dos professores

A Direcção Nacional da Associação Nacional de Professores tornou pública, ontem, a sua posição acerca da Avaliação do Desempenho Docente. Eis alguns extractos:

Pretendia-se que o novo regime de avaliação de desempenho dos professores promovesse e premiasse o mérito e valorizasse a actividade lectiva, a melhoria do resultado dos alunos e da qualidade das aprendizagens. A realidade que se vivehoje nas escolas evidencia, claramente, que a complexa operacionalização dum modelo burocrático está a desviar gravemente os professores da sua tarefa deeducar e ensinar. Situação esta que tenderá a agravar-se exponencialmente nossegundo e terceiro períodos, aquando da aplicação integral e extensiva do modelo.

A Associação Nacional de Professores perante este quadro tão preocupante, em que a quase totalidade das energias dos professores e das escolas é colocada ao serviço da dimensão administrativa, em detrimento das dimensões científica e pedagógica, sente-se na obrigação moral e ética de alertar a opinião pública em geral, e os pais e encarregados de educação em particular, para esse facto, deixando bem claro, mais uma vez, que o prejuízo da actividade lectiva daí decorrente terá graves implicações no sucesso dos alunos.

A Associação Nacional de Professores, consciente da sua responsabilidade pública no plano da Educação, ponderando o sentir dos professores, as recomendações do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores e o parecer dos seus departamentos de especialidade,

Propõe ao Ministério da Educação

A suspensão, no imediato, da aplicação do modelo de avaliação de desempenho dos professores e que sejam desencadeados, no decurso do corrente ano escolar, processos que conduzam à construção e apropriação pelos docentes de um modelo de avaliação realmente centrado na melhoria da acção pedagógica docente e das aprendizagens dos alunos.


E incentiva todos os docentes

A assumirem, unidos, numa clara demonstração do seu elevado sentido ético e deontológico, a defesa de uma real melhoria da qualidade da educação em prol do sucesso dos seus alunos, e do prestígio e reconhecimento da sua profissão.

(Texto integral)

Adivinhe quem disse isto

Adivinhe quem disse esta frase, com uma actualidade impressionante:

«É impossível reformar a escola sem se trabalhar ao mesmo tempo na transformação da sociedade.»

OPINIÃO > José Couto: «A avaliação de professores»

Relativamente à secção "Sobe e desce" de sexta-feira, 24 de Outubro, e porque é seu dever não manipular a opinião pública, considero importante esclarecê-lo do seguinte:
Repetindo aquilo que já foi dito por inúmeros colegas meus, e ao contrário do que é referido por V. Ex.a, a maioria dos professores aceita e quer ser avaliada. Aliás, a avaliação da classe não é uma novidade, sempre se realizou: sempre foi necessário frequentar e concluir com sucesso acções de formação contínua (gratuitas e pagas), com um mínimo de 25 horas por ano (em horário extralectivo – noites e fins-de-semana) e de elaborar um relatório crítico de desempenho (anual para os contratados e plurianual para os docentes dos quadros). O que a maioria dos professores não aceita é este modelo de avaliação que foi imposto pela tutela sem qualquer negociação prévia e que tem na sua génese uma unívoca razão: economizar! Sim, leu bem, economizar! Sabe como?
Começou com o congelamento das progressões de todos os docentes durante quase três anos – três –, em que não houve aumentos salariais e se reduziram direitos na saúde (diminuição das comparticipações na ADSE). Continuou com a divisão arbitrária da carreira em "professores titulares" e "professores", travando a progressão da maioria dos docentes.
Prosseguiu depois com o desrespeito ofensivo pela classe e com a facilitação da aposentação dos professores com mais idade e anos de serviço – os que tinham uma menor componente lectiva e uma maior remuneração –, levando, como se tem visto nos últimos meses, à debandada geral, o que, em muitos casos, representa "deitar fora o bebé com a água do banho"...
Continua, agora, com este modelo de avaliação orientado para a formatação uniformizadora da actividade docente, para a perseguição da diferença, para a punição e para o controlo burocratizado; que é incapaz de avaliar a qualidade das pessoas; que premeia o "fogo-de-artifício" e não o mérito; que culpa e penaliza os professores por um abandono escolar de que não é responsável; que penaliza os professores que leccionam disciplinas sujeitas a exame nacional; que vai produzir resultados enganadores e um sucesso fictício; que "afoga" os professores em papeladas e lhes retira tempo para o essencial – a preparação das aulas e o trabalho com os alunos; e que, com as suas cotas, vai manter a maioria dos professores a "marcar passo" no escalão – e no índice remunerativo!
Mas não pense que só faço críticas e não apresento soluções. Ora, se a preocupação deste ministério e deste Governo é a melhoria da educação e o sucesso efectivo dos alunos, então:
1.º Que se reveja o ECD e se acabe com a divisão arbitrária, injusta e inútil da carreira docente, reinstalando a carreira única e motivando, assim, os professores para o cumprimento das metas.
2.º Que se aplique um modelo de avaliação que seja formativo, responsabilizador da comunidade educativa no seu conjunto e efectivamente valorizador do trabalho realizado pelos professores.
3.º Que melhorem as condições de trabalho nas escolas (a prioridade não é, de certeza, o Magalhães...).
4.º Que se pare de "inundar" as escolas com leis, decretos-lei, decretos regulamentares, despachos normativos, portarias, ofícios, circulares, de modo sistemático, não dando tempo para a sua assimilação.
5.º Que se retomem as medidas que permitiam a efectiva integração e o apoio individualizado e especializado aos alunos com Necessidades Educativas Especiais, e que constavam do DL 319/91.
6.º Que se coloquem psicólogos educacionais e docentes formados em apoios educativos em todas as escolas.
7.º Que se altere o Estatuto do aluno, que permite que ele se "balde" às aulas e que, com planos de recuperação atrás de planos de recuperação, venha a progredir "na maior".
8.º Que se reduzam as turmas de 28 alunos para um máximo de 24 e que haja um desdobramento, não só nas ciências, mas também, e sobretudo, no Português – "pedra basilar" de todo o ensino.
Outras medidas poderiam ser tomadas, estou de acordo, mas estas, a meu ver, já seriam suficientes para conseguir cumprir os objectivos supracitados.
Diversos agentes da nossa comunicação social são, infelizmente, costumeiros nestes três pontos: 1. não estão bem informados e, por isso, opinam e informam mal; 2. não são isentos e imparciais; e 3. pura e simplesmente, não pensam, ou não querem pensar. Mas, enfim, entende-se, pois, como já dizia Henry Ford, "pensar é o trabalho mais pesado que há e talvez seja essa a razão de tão poucas pessoas se dedicarem a tal tarefa".


José Couto, professor,
Tavira

FONTE: PÚBLICO 29.10.2008
Secção "Cartas ao Director"

Ranking das escolas

Os jornais publicaram hoje rankings da escolas, depois da leitura dos dados disponibilizados pelos Ministério da Educação. Nas listas publicadas pelos jornais, nota-se um predomínio das escolas do ensino privado nos lugares cimeiros. Nas 25 melhores, surge a Escola Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra, do ensino público, mas apenas em 19.º lugar.
Quais serão as razões para um predomínio das escolas do ensino privado nestas listas? Isso é que era bom que os jornais apurassem e depois divulgassem...
A presidente do Conselho Executivo da "melhor" escola pública
, ouvida pela RTP, sublinhou que os resultados podem piorar no próximo ano dado o clima de instabilidade e conflitualidade e o abandono da escola pelos professores mais experientes, que preferem aposentar-se a aguentar a actual situação, assim como a grande perda de energia com o preenchimento de papéis.

PCP apresenta iniciativas sobre Educação

educacao3.jpgO PCP apresentou ontem, em conferência de imprensa na AR, um conjunto de iniciativas legislativas na área da Educação e Ensino que englobam a avaliação de professores; a gratuitidade dos manuais escolares; a educação e ensino especiais; o alargamento da escolaridade obrigatória; o financiamento do ensino superior público e a gratuitidade do ensino.

Quase totalidade das escolas com notas positivas

Foram mais de mil as escolas que este ano tiveram uma média no exame nacional de Matemática do 9.º ano igual ou superior a 2,5 valores (numa escala de 1 a 5). Em 2007, tinham sido apenas duas centenas. Esta é uma das principais conclusões das notas de exame por escola ontem divulgadas pelo Ministério da Educação.
Olhando para o conjunto das duas disciplinas que são sujeitas a exame nacional neste nível de ensino (Português e Matemática), a melhoria revela-se igualmente impressionante. Ao todo, 97 por cento (1254 num total de 1292) das escolas tiveram uma classificação positiva. No ano passado, o feito tinha sido alcançado por apenas 66 por cento.
FONTE: PÚBLICO

Linha do Tua: Relatório final aponta causas do acidente

O relatório final do inquérito ao último acidente na Linha do Tua aponta "defeitos grosseiros" na via férrea e anomalias na automotora que conjugados terão originado o descarrilamento a 22 de Agosto.
O relatório final está disponível desde segunda-feira à noite na página do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC), três dias depois de o ministro Mário Lino ter anunciado medidas correctivas e de segurança, sem adiantar pormenores da investigação.
Fonte:
PÚBLICO

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A escola contra a guerra civil

Philippe Meirieu e Marc Giraud reflectem no livro L’école ou la guerre civile sobre vários aspectos da escola e sobre os problema que a apoquentam. Aqui fica um "cheirinho" do conteúdo de tal publicação, disponível on-line.

Or, le chef d’établissement ne doit pas oublier que l'éducation des personnes n'est pas tout à fait la même chose que la fabrication d’objets. Le sort des élèves ne peut jamais être tranché sur les seuls critères économiques de rentabilité, même lorsqu’il s’agit d’ « enfants-bolides », comme les appelle le psychanalyste Francis Imbert: enfants perdus, sans repères, incapables de se maîtriser, apparemment inadaptés et réfractaires au système éducatif. Ce sont des malades dans l’école - sinon des malades de l’école - qu’on ne peut pas plus abandonner que n’importe quel autre malade. Il y a bientôt quarante ans, les enfants de Barbiana, un petit village italien, écrivaient dans la Lettre à une maîtresse d’école que “l’école se comporte comme un hôpital qui soigne les bien-portants et met dehors les malades”. C’est effectivement le meilleur moyen de s’assurer de bonnes statistiques de réussite! Mais on en arrive vite aux dérives constatées en Grande-Bretagne, des médecins ont refusé d’opérer des patients considérés comme condamnés. Pas plus que la médecine ne peut accepter de limites au delà desquelles il ne serait plus rentable de soigner un malade, les enseignants ne peuvent adopter de critères d’après lesquels il ne serait plus rentable de s’occuper d’un élève. Rien, jamais, ne peut justifier que l'on abandonne un enfant et qu'on le rejette au delà du cercle de l'humain, avec une image tellement négative de lui-même qu’elle coupe à jamais le lien social déjà distendu.

Philippe MeirieuMarc Guiraud, L’école ou la guerre civile, page 102


Malheureusement, devant la difficulté, sinon l’impossibilité, à évaluer l’obligation de moyens, on se rabat sur la mesure des résultats. Notre société sacrifie son pouvoir de jugement sur l’autel des statistiques... comme les hommes politiques sacrifient leur pouvoir de réflexion sur l’autel des sondages. Les pourcentages de réussite au baccalauréat et au brevet des collèges, les moyennes d’âge, les courbes en tous genres, certes il faut les prendre en compte, mais seulement comme des indicateurs, non comme des buts. D’ailleurs, on ne sait pas si ces chiffres sont dus aux efforts du professeur ou à ceux des élèves... les deux probablement, ce qui relativise les résultats et invite à la plus grande prudence dans leur interprétation.

Idem, ibidem, pages 106-107


Sous la menace constante du terrorisme des statistiques, on succombe à la tentation de l’économisme scolaire qui consiste à juger l’école à partir de ce que l’on sait déjà évaluer. Or, le moyen de mesure n’a pas à dicter sa loi à l’institution, ni à oblitérer ses objectifs fondamentaux - comme l’accès au sens des savoirs et à la parole socialisée - pour lesquels nous ne disposerons jamais d’outils statistiques. La société du fichier informatique passe son temps à se référer aux seuls chiffres livrés par les ordinateurs.

Sommes-nous en train de fabriquer un monde le microprocesseur remplace le cerceau, le silicium la matière grise, le logiciel le neurone ? Le projet que nous réclamons pour notre école place au premier plan la formation de l’homme: il ne peut pas être ni inspiré ni dirigé par des données statistiques.

Idem, ibidem, page 107

Pierre Assouline e o seu blogue «La République des livres»

Criado em 2004 em LeMonde.fr, La République des livres é o mais frequentado dos blogues culturais de língua francesa. Pierre Assouline é o responsável por este blogue.

OPINIÃO > Luís Arezes «Ler também é um prazer»

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

OPINIÃO > Vasco Pulido Valente: «A ficção do ensino»

Há precisamente um ano, Vasco Pulido Valente publicava no jornal PÚBLICO uma das suas habituais crónicas, intitulada "A ficção do ensino", que terminava assim:
O "estatuto" anula a autoridade e a responsabilidade da família e promove a indisciplina e a violência na escola. Pior ainda, proclama oficialmente que o ensino é inútil. De facto, se até o Parlamento protege quem falta, nada justifica perder tempo com aulas. Foi a isto que levou o "exemplo da Finlândia" e os computadores de Sócrates. Mas, como os números não descrevem a realidade, as taxas de insucesso e de abandono irão descer e a imagem estatística de Portugal irá melhorar. Maria de Lurdes Rodrigues criou uma fama de bom senso e coragem. Nunca acreditei muito nessa propaganda. Suspeitei sempre que ela não seria capaz de resistir à influência corruptora do ministério. Não resistiu.
Decorrido um ano, vale a pena ler ou reler a mesma crónica.