quarta-feira, 18 de maio de 2011

Novas Oportunidades, um mundo cor-de-rosa…

Avaliação das Novas Oportunidades não incide sobre a qualidade da formação

18.05.2011 — 11:20 Por Clara Viana

A avaliação externa do programa Novas Oportunidades não contemplou, até hoje, uma aferição directa da qualidade da formação ministrada no âmbito desta iniciativa, que, em seis anos, permitiu a certificação de 520 mil pessoas com diplomas do 4.º, 9.º e 12.º anos, confirmou ao PÚBLICO o investigador Joaquim Azevedo, um dos peritos que têm acompanhado o trabalho de avaliação iniciado em 2008.

Ontem, reagindo ao anúncio do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de que irá pedir uma auditoria externa ao programa, tanto o primeiro-ministro, José Sócrates, como os ministros da Economia e da Educação, Vieira da Silva e Isabel Alçada, frisaram que aquela iniciativa já é alvo de uma avaliação externa a cargo de uma equipa da Universidade Católica, dirigida pelo ex-ministro da Educação (1987-1991) do Governo PSD da altura, Roberto Carneiro.

Contratada pela Agência Nacional para a Qualificação, responsável pelas Novas Oportunidades, esta avaliação externa tem-se centrado na aferição das percepções dos envolvidos na iniciativa e no apoio à auto-avaliação dos Centros Novas Oportunidades, precisou Joaquim Azevedo. Em 2009, quando apresentou o primeiro relatório de avaliação, Roberto Carneiro já tinha esclarecido que o objectivo do trabalho da sua equipa não era a qualidade e o rigor do processo de certificação em si, mas sim o de “avaliar a qualidade do ponto de vista da percepção das pessoas que estão envolvidas”.

No primeiro relatório, apresentado em 2009, a percepção das competências adquiridas foi aferida através de 35 questionários. No segundo, divulgado o ano passado, foram inquiridas 450 pessoas que já tinham concluído a sua certificação. Todos os entrevistados afirmaram ter adquirido novas competências, nomeadamente no que diz respeito ao uso do computador e da Internet; à capacidade para aprender a aprender (a maioria manifestou a vontade de prosseguir novas formações); e em literacia (leitura, escrita e comunicação oral).

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PÚBLICO

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