sábado, 14 de maio de 2011

Educação atrasa envelhecimento

Estudo celular

Menos educação pode acelerar envelhecimento

11.05.2011 — 12:20 Por PÚBLICO

Uma equipa de cientistas associou o envelhecimento celular com o grau de educação da população, concluindo que pessoas com menos escolaridade tinham células mais velhas. Este factor, segundo o artigo publicado recentemente na revista Brain, Behavior, and Immunity, era mais importante do que o nível económico actual das pessoas.

O estudo analisou as extremidades dos cromossomas, chamados de telómeros, de 448 mulheres e homens saudáveis, com idades entre os 53 e 76 anos. E comparou o tamanho destas extremidades com o grau de educação das pessoas.

As extremidades dos cromossomas vão diminuindo ao longo da vida das pessoas, isso é uma forte indicação do envelhecimento das células. “Encontrámos que um nível de educação mais baixo estava associado com telómeros mais pequenos”, escrevem Andrew Steptoe, investigador da universidade College of London, e colegas do projecto.

Os estudos entre a saúde e o estatuto socioeconómico são bem conhecidos. No passado, já se relacionou contextos sociais mais pobres com maiores probabilidades da utilização de tabaco, de menos exercício ou menos acesso a cuidados de saúde de qualidade.

No entanto, o novo estudo mostra que a educação é mais determinante no estado de saúde de uma pessoa a longo prazo, do que o estatuto social actual dessa pessoa ou o ordenado que recebe.

“A educação é um marcador da classe social que as pessoas adquirem no início da vida, e a nossa investigação sugere que é uma exposição longa às condições dos estatutos sociais mais baixos que promovem um envelhecimento celular mais acelerado”, disse Andrew Steptoe, citado pela Reuters.

Segundo Stephen Holgate, do Conselho de Investigação Médica Britânica, que financiou parte da investigação, este estudo sustenta uma das mensagens que tem surgido nos estudo feitos a longo prazo: “A experiência que temos no início da vida pode ter uma influência importante na nossa saúde”, disse citado pela BBC News.

É difícil perceber quais é que são as raízes desta ligação. O artigo sugere que as pessoas mais educadas são capazes de tomar decisões mais informadas que beneficiam a sua saúde e, por outro lado, têm uma maior capacidade para gerirem o stress e a pressão.

PÚBLICO

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