sexta-feira, 20 de maio de 2011

Diz que Novas Oportunidades são «Uma espécie de fast-food escolar»

Ex-ministro afirma que Portugal é caso único na Europa

“Uma espécie de fast-food escolar”, diz Carrilho

18.05.2011 —12:43 Por Clara Viana

O problema das Novas Oportunidades é a “confusão total que se faz entre certificação e qualificação e que alimenta o facilitismo”, afirmou ao PÚBLICO o ex-ministro socialista da Cultura e antigo embaixador de Portugal na UNESCO, Manuel Maria Carrilho.

“Uma coisa é entregar um diploma de competências básicas a pessoas que adquiriram esses conhecimentos na vida prática. Outra é conferir-lhes o 12.º ano.” Segundo Carrilho, na União Europeia, isso só se passa em Portugal. Nos outros países, acrescenta, a certificação de competências é feita ao nível do ensino primário.

Dos cerca de 1,5 milhões de adultos que se inscreveram nas Novas Oportunidades, mais de 60 por cento optaram pelos processos de certificação de competências. Os candidatos têm de construir um portefólio de competências, baseado nas aprendizagens adquiridas ao longo da vida. Este documento é depois avaliado por equipas técnicas. Consoante o nível de certificação (4.º, 9.º ou 12.º ano), devem ser ainda identificadas as lacunas, tendo em conta o referencial de competências estabelecido para cada patamar, e ministrada formação complementar nessas áreas. “É uma espécie de fast-food escolar”, acusa Carrilho.

PÚBLICO

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