domingo, 7 de março de 2010

Vigiar, educar e responsabilizar crianças é preciso

O que fazer com os nossos filhos quando estes evidenciam, com a tortura reiterada dos seus pares, o lado mais negro do ser humano?

Meio acordado, em choque, o país enfrenta a dura verdade que amiúde nega de que as crianças, os pré-adolescentes, os adolescentes não são anjinhos, desprovidos da dimensão mais negra do ser-se humano. Enfrenta, a medo, que a crueza e a crueldade serão tão naturais no animal humano como a compaixão e a empatia. E que numa criança tudo isto está em evidência de forma mais intensa, porque a auto-regulação aprende-se com o tempo, com a vida, com os exemplos. Com a Educação, enfim. Então, o que falhou aqui? Em Mirandela, e no Mundo inteiro onde haja um recreio com crianças?

Vigilância. “São precisos mais vigilantes nos recreios. O recreio de uma escola é tão importante como a sala de aula. É nos recreios que estas coisas acontecem. E depois são precisos mais psicólogos nas escolas”, avançou o psiquiatra Daniel Sampaio. Resolverá este problema toda a vigilância do Mundo? “É necessário que a escola, a partir dos alunos, desenhe um programa de actuação para evitar a violência entre pares. É sensibilizar, é responsabilizar, é educar. Estas situações evitam-se através das testemunhas que não podem permitir, não podem silenciar”, continuou.

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Jornal de Notícias [07.03.2009]


Comentário:

Um artigo que toda a gente deve ler com toda a atenção, para que sejam tomadas medidas, no sentido de evitar casos como o do miúdo que teve de recorrer ao suicídio para pôr termo ao inferno que o atormentava.

Há muito tempo que se tem chamado à atenção para os casos de bullying, sem grandes resultados, pois quando era conhecido algum, os responsáveis governamentais declaravam sempre tratar-se de um “caso residual”. O que aconteceu em Mirandela demonstra não se tratar de algo que deva ser ignorado. Esperemos que o Governo olhe o problema de frente e o procure resolver. É o futuro das novas gerações que está em causa.

Nenhuma criança poderá ser maltratada, apenas porque cumpre a determinação do Estado de a obrigar a ir à Escola. E esse mesmo Estado tem a obrigação de cuidar da sua segurança!


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