domingo, 7 de março de 2010

Marinho Pinto insiste: «O poder judicial quer derrubar o Primeiro-Ministro»

Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, veio a Cabeceiras de Basto, no passado dia 5 de Março, falar do actual estado da Justiça e reafirmou uma denúncia: «o poder judicial quer derrubar o Primeiro-Ministro.»

Marinho Pinto foi o orador de uma palestra subordinada ao tema “Pensar a Justiça para Acreditar no Futuro”, organizada pela associação cabeceirense CEDHRUS (Centro de Desenvolvimento Hermígio Romarigues) e realizada em Cabeceiras de Basto, no Auditório Ilídio dos Santos.

Marinho Pinto começou por referir que um dos problemas da nossa Justiça é haver «pessoas demasiado jovens» a administrá-la, observando que «não se pode ser juiz aos 26 anos», assim como quando não se entende o que as pessoas dizem.

Criticou o Centro de Formação de Magistrados, considerando-o um «Centro de Reprodução de Magistrados», observou que nos tribunais «tudo está organizado em função de quem lá trabalha e não de quem lá tem de ir» e apontou a incapacidade da Justiça de se adaptar à modernidade e ao desenvolvimento.

O Bastonário sublinhou que se uma pessoa da época do Marquês de Pombal visitasse o nosso País, ficaria estupefacto com as mudanças, e que os únicos locais que reconheceria seriam os tribunais, pois «no essencial a Justiça não mudou», nomeadamente «as vestes e o jargão» utilizado, apesar de haver um toque de modernidade com os computadores.

Criticou o poder absoluto dos magistrados, considerando-o «um acto exibicionista, jactante» e observou que aqueles têm «privilégios inadmissíveis e subsídios escandalosos», apontando como exemplo os 9 500 euros anuais para habitação.

Marinho Pinto realçou que «cada vez se decide mais nos tribunais portugueses em desacordo com a verdade», observando que «o julgamento feito na praça pública conduz sempre à injustiça» e que «andamos muito longe da Justiça».

O Bastonário da Ordem dos Advogados sublinhou que «devemos falar a verdade e não ter medo da verdade». Referindo que «só incomodamos quando falamos a verdade», advertiu: «Nunca se pode dizer toda a verdade, mas o que se disser deve ser verdade.»

Criticando a Comunicação Social, a qual acusou de dever «muito à isenção e à imparcialidade», Marinho Pinto referiu que «a nossa Justiça é muito boa a perseguir quem não sabe defender-se», admitindo que há uma para os pobres e outra para os ricos, pois estes nunca vão parar à prisão, apesar dos crimes cometidos.

O debate que se seguiu foi moderado por Luís Castro, Jornalista da RTP, que observou que «o Jornalismo já não é o quarto poder», como acontecia noutras épocas, pois «dorme no quarto com o poder».


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