Só este ano aposentaram-se 1106 docentes. Já há disciplinas com falta de oferta.
“Tivemos de distribuir dez turmas por professores de português que já tinham os horários completos. Não houve alternativa: duas professoras puseram baixas de 30 dias e não encontrámos ninguém para as substituir.” O caso, passado num agrupamento da Grande Lisboa, ilustra as dificuldades que a corrida às reformas pelos professores, associada à escassez de alternativas, começa a criar nas escolas públicas portuguesas.
Segundo dados divulgados ontem pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), só este ano já foram anunciadas em Diário da República 1106 aposentações, muitas delas a efectivar ainda no mês de Abril. Desde 2007, são já 14 159 as saídas de quadros, com o pico a verificar-se no conturbado ano de 2008 (4976), marcado por muitas lutas entre a classe e o Ministério da Educação.
Por outro lado ─ ao contrário de outros tempos ─ a profissão é cada vez menos sedutora para os estudantes do superior, que ano após ano, vão deixando mais lugares por preencher nos cursos de Educação.
Segundo apurou o DN, há neste momento quatro áreas disciplinares ─ na “bolsa de recrutamento” ─ em que a oferta de “mão-de-obra” é quase nula: o Inglês, a Informática, a Geografia e a Físico-Química.
Um problema que, no caso das duas primeiras disciplinas, está relacionado com a elevada procura ─ o Inglês do 1.º ciclo absorve todos os excedentários e, na Informática, a expansão das novas tecnologias também deixa os docentes sem mãos a medir. Mas que em relação às outras duas parece claramente relacionado com a corrida às aposentações.
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