Opinião de especialista
Túmulo nos Jerónimos não conterá as ossadas de Camões
por Lusa
O túmulo referente a Luís de Camões existente no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, tem grande probabilidade de não conter os restos mortais do poeta, afirmou um especialista em estudos camonianos.
Vítor Aguiar e Silva explicou à Lusa que, “com grande probabilidade”, as ossadas guardadas no mausoléu dos Jerónimos “não são de Camões”.
O poeta terá sido sepultado na Igreja de Sant’Ana, em Lisboa, próxima da casa onde vivia a sua mãe, na calçada de Santana, mas “não se sabe exatamente onde foi colocado o cadáver, se dentro, se fora da igreja ou se até numa fossa”, sublinhou Aguiar e Silva.
Supõe-se que teria ficado sepultado do lado esquerdo da entrada principal da igreja e, anos mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou colocar no local uma lápide de mármore em que refere Camões como “Príncipe dos Poetas do seu tempo”, que faleceu em 1579.
Vítor Aguiar e Silva afirmou à Lusa que “a memória falha”, o que justifica o engano no epitáfio do poeta, dando antes crédito ao documento da chancelaria de Filipe I (II de Espanha) que atribui uma tença à mãe de Camões e afirma que este morreu a 10 de Junho de 1580.
No entanto, desde o sepultamento, em 1580, à trasladação, três séculos depois, deu-se o terramoto de 1755, que destruiu muito a igreja, que foi ainda alvo, posteriormente, de obras para a construção de um coro alto.
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