quarta-feira, 6 de abril de 2011

O incumpridor de promessas…

Formalização junto da Comissão Europeia

Sócrates: Portugal já pediu ajuda a Bruxelas

06.04.2011 — 20:46 Por Pedro Crisóstomo

O primeiro-ministro confirma que o Governo decidiu hoje dirigir um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia. José Sócrates afirmou ter dado conhecimento ao Presidente da República, para que faça as diligências necessárias junto dos partidos para assegurar um entendimento sobre o pedido de socorro.

“Avaliadas todas as alternativas” e feitos contactos, “especialmente no dia de hoje”, o executivo enviou um pedido de ajuda à Comissão Europeia, disse Sócrates numa declaração no fim do Conselho de Ministros extraordinário convocado para o final da tarde, em São Bento.

Sócrates garantiu ter informado Cavaco Silva da decisão, que, sublinhou, foi tomada tendo em conta “as limitações constitucionais do Governo, como Governo de gestão”.

A abertura de crise política diminuiu “a capacidade do Governo de responder às dificuldades” e “não tomar essa decisão [o pedido de ajuda] acarretaria riscos que o país não deve correr”, justificou José Sócrates. Um “último recurso”, nas palavras do primeiro-ministro, que o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, considerou entretanto ser uma medida “responsável”.

A dificuldade de Portugal em aceder “em condições de normalidade” ao financiamento dos mercados de crédito internacionais desde o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (o chamado PEC IV) tornou-se “uma ameaça real” ao financiamento do Estado, do sistema bancário e da economia nacional, admitiu.

E o agravamento atingiu esta quarta-feira o limite, defendeu. “As taxas de juro que se verificaram hoje mesmo na emissão de dívida pública de curto prazo são um sinal claro da crescente dificuldade” do país em aceder ao financiamento nos mercados.

“Espero que a negociação deste pedido de ajuda” — o terceiro solicitado por um membro da zona euro, a seguir à Grécia e à Irlanda — “tenha os menores custos possíveis para Portugal e os portugueses”, sublinhou José Sócrates.

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