Na última aula de cada período lectivo verifico sempre os cadernos diários dos meus alunos. A maior parte gosta que isso seja feito. É uma actividade que para mim se tornou já um ritual. Obviamente vou acompanhando com regularidade aquilo que os alunos registam nos cadernos diários e aproveito para assinalar os erros ortográficos que vou vendo, pelo que esta verificação é apenas mais uma olhadela ao conjunto daquilo que foi feito em cada Período por cada aluno e a confirmação do empenhamento e do brio de cada um.
Hoje, quando procedia à verificação dos cadernos numa das minhas turmas, aconteceu algo de insólito, porque inusitado. Dois alunos (um de cada género) apresentaram-me cadernos pertencentes a outros alunos como se fossem os seus!...
Eu dei conta logo no início, mas não disse nada e deixei-os continuar a mostrar-me o caderno. Quando já pensavam ter ludibriado o Professor, afirmei: «Este está muito bem! Mas agora quero ver o teu!»
Importa referir que ambos afirmaram a pés juntos, num primeiro momento, tratar-se dos seus cadernos. Como é um acto muito grave de alunos à entrada do 3.º Ciclo, tive de os desmascarar e acrescentar um “sermão”.
Este acto que aqui relato é muito preocupante. Alunos de 12/13 anos com este expediente, recorrendo à mentira, mostra-nos como esta se começa a institucionalizar.
Importa também deixar claro que não simpatizo nada com atitudes como estas. Pelo contrário, reprovo-as sem qualquer tibieza, quando me deparo com elas.
Os alunos em questão esqueceram-se de alguns pormenores muito importantes, nomeadamente a caligrafia e a boa organização dos cadernos. É que eu conheço bem a caligrafia de cada um dos meus alunos, assim como a organização do seu caderno diário, pelo que é uma tarefa inglória tentar enganar-me. Só o tenta quem julga tratar da sua vidinha utilizando o trabalho dos outros. Mentir não compensa!
Um comentário:
Gostei!
Postar um comentário