Em Portugal, o ano de 2009, com o seu triplo momento eleitoral (europeu, autárquico e legislativo) em contexto de crise aguda, é ainda uma enorme incógnita. Continuamos hoje a enfrentar os mesmos problemas de há dez, 15 anos: deficiências gravíssimas de qualificação, múltiplas fragilidades no domínio da competitividade, desvitalização da nossa democracia, pobreza persistente e muitas desigualdades. Alguns destes problemas põem- -se, é certo, numa escala e em contextos diferentes, mas não se alteraram quanto à sua natureza e causas mais profundas.
Um ano eleitoral como o que aí vem é um ano de incontornável balanço. E deste ponto de vista, há no essencial duas tendências que neste momento parecem já estar bem identificadas e consolidadas: uma parte importante da direita está contente demais com o Governo do PS para arriscar outras apostas. E uma parte significativa da esquerda está zangada demais com o Governo do PS para não as arriscar.
Fonte: Diário de Notícias
domingo, 28 de dezembro de 2008
OPINIÃO > Manuel Maria Carrilho: «2009 em perspectiva»
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