sábado, 20 de dezembro de 2008

OPINIÃO > José Matias Alves: «Exasperação burocrática»

Acabei de ler o papel que cada professor tem de preencher no caso de atribuir uma classificação negativa e o aluno tiver duas ou três negativas. Não há dúvida da boa intenção. Trata-se, face a um registo de insucesso, [de] pensar no que e como fazer para remediar e superar a situação. Mas suponhamos que o professor tem 6 turmas e 150 alunos. Vamos ainda supor que tem de atribuir a 20 alunos um nível negativo e que este se conjuga com outros de outras disciplinas. Terá de fazer 20 documentos destes. Os outros professores também. O problema não é apenas o tempo de preenchimento. É o efeito que esta prática tem ou não tem. É o pressuposto de que todo o problema é passível de ser tratado através de um papel pré-formatado. E regra geral, a mais completa inutilidade. O papel existe para comprovar uma acção (independentemente da sua eficácia), dizer que se cumpriu a norma e mostrar à inspecção.

Fonte: Terrear

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