A flexibilidade que se impõe à Fenprof e à FNE
A flexibilidade da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, para resolver o impasse em que caiu o sector da Educação em Portugal começa, finalmente, a ser reconhecido por quem tem liderado os movimentos de contestação. A Fenprof e a FNE mantêm-se ainda irredutíveis, mas as declarações de abertura às negociações com o Governo sucedem-se. Álvaro Almeida dos Santos, presidente do Conselho de Escolas, deu o primeiro passo e, embora a única posição oficial deste órgão seja contra a avaliação, mostrou que a cedência de Maria de Lurdes Rodrigues às principais críticas dera bons resultados junto dos professores. Filipe do Paulo, líder da Pró-Ordem, e Eleonora Bettencourt, do sindicato dos Professores do Pré-Escolar e Ensino Básico, foram mais longe e abriram a primeira cisão na Plataforma Sindical, criticando o radicalismo da Fenprof e da FNE. Mesmo a Federação dos Profissionais da Educação, mais moderada, assumiu por José Nóbrega Ascenso que vai "fazer pressão para que a abertura negocial com o ministério não caia em saco roto".
Estas posições não chegam para travar a greve de amanhã - embora até exista já quem o defenda -, mas devem fazer os líderes da Fenprof e da FNE repensar a forma inflexível como têm gerido o diálogo com o Ministério da Educação. Professores e alunos precisam de paz e, com a onda de apelos ao consenso, chegou a vez dos dois principais sindicatos darem finalmente um contributo concreto para uma solução.
Diário de Notícias Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008
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