quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade


Nota: Com a devida vénia ao blogue Terrear

Três ex-presidentes da República pronunciam-se sobre a situação do País

O ex-Presidente da República Mário Soares teme que Portugal fique “ingovernável” em 2009 devido a eventuais protestos decorrentes de uma elevada taxa de desemprego no país, segundo afirmou à Rádio Renascença, que ouviu os três chefes de Estado que antecederam Cavaco Silva.

Os três ex-Presidentes mostraram-se preocupados com a situação em Portugal, mas Mário Soares foi o que fez as declarações mais dramáticas.

“Acho que o ano de 2009 vai ser um ano muito difícil, muito mais. Eu sei que o primeiro-ministro deu a entender que as coisas vão melhorar em 2009. Sob certo aspecto ele tem razão, mas o grande problema é o desemprego e a falência das grandes empresas e das pequenas empresas, pequenas e médias empresas. Isso parece-me a mim gravíssimo”, disse o ex-presidente, que assegurou dois mandatos entre 1986 e 1996 e em 2006 voltou a concorrer à Presidência, com o apoio do PS de José Sócrates.

Fonte: PÚBLICO

Saramago nega ter plagiado autor mexicano

José Saramago nega liminarmente ter qualquer conhecimento do trabalho do autor mexicano e numa declaração ao DN responde: "Não li, não vi, não toquei nem sequer com a ponta dos dedos no conto do reclamante." E, frontalmente, garante: "Não plagiei ninguém."

Fonte: Diário de Notícias

OPINIÃO > Direcção da revista SÁBADO: «Telemóveis, não; armas de plástico, sim»

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

OPINIÃO > Ricardo Araújo Pereira: «Circunspecção de mau gosto»

Aumenta número de professores e alunos que faltam à escola

Fonte: The Times

Carta aberta de Philippe Meirieu ao ministro da Educação da França

OPINIÃO > José Matias Alves: «Heterodoxias. Factos e interpretações sobre a avaliação de professores»

1. O modelo inicialmente decretado já não existe; por dois motivos fundamentais: i) porque era intrinsecamente inexequível; ii) porque os professores, face ao peso da carga burocrática e a uma política percepcionada como injusta e sentida como ofensiva, se mobilizaram contra ele.

2. O que agora foi re-decretado é um modelo expurgado dos aspectos mais polémicos e perversos (resultados e abandono com impacto directo na classificação individual do professor, fragmentação e atomização gerada pela miopia objectiva das grelhas…). Em rigor, é o modelo do mínimo burocrático, do Bom para todos desde que cumpra as tarefas administrativas; e quem quiser ter mais, tem uma avaliação ‘teoricamente’ mais exigente.

3. O ME centrou o problema nas dimensões técnicas e foi sucessivamente cedendo face às evidências da realidade mediatizadas pela plataforma sindical e associações docentes. O ME jogou no plano técnico; as plataformas e associações foram evoluindo do plano técnico para o plano político.

(…)

Fonte: Terrear

Saramago plagiador?

A polémica não é nova na blogosfera (já vem desde 2006), mas ganha agora outra dimensão nos jornais: Téofilo Huerta Moreno, jornalista e escritor mexicano, acusa José Saramago de plágio. Em causa está o livro As Intermitências da Morte, publicado pelo Nobel português em 2005. Um ano depois, Moreno criou um blogue onde explica as suas razões.
Fonte: BLOGLER

OPINIÃO > Francisco José Viegas: «Os professores são a instituição que resta de uma escola despedaçada e desprotegida»

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Encontro Nacional de PCE em Santarém

Está a ser organizado um Encontro Nacional de Presidentes de Conselhos Executivos, o qual irá decorrer no Restaurante Varanda do Parque em Santarém, no CNEMA, no próximo dia 10 de Janeiro, às 12 Horas.
Mais informações no blogue PROFAVALIAÇÃO.

Medina Carreira diz que Orçamento do Estado é irrealista

O economista Henrique Medina Carreira, que foi o mandatário de Cavaco Silva por Lisboa nas últimas presidenciais, afirma ao DN que o Orçamento do Estado deveria ser alterado, uma vez que já não corresponde à realidade.

Perante a situação criada, o Presidente da República tem duas soluções, segundo Medina Carreira: "Ou o Presidente não faz coisa nenhuma e aceita um Orçamento do Estado que no dia 1 de Janeiro, quando entrar em vigor, já não tem a ver com a realidade, ou não aceita."

Fonte: Diário de Notícias

«Os livros em Portugal são indecentemente caros», diz António Lobo Antunes

O escritor António Lobo Antunes foi distinguido no passado fim-de-semana pelo Clube Literário do Porto, tendo afirmado que «os livros em Portugal são indecentemente caros», noticiou o Diário de Notícias.

OPINIÃO > Mário Crespo: «Avaliadora avaliada»

EDUCAÇÃO Agravam-se as desigualdades entre as autarquias

O Tribunal de Contas francês divulgou recentemente um relatório intitulado “Les Communes et l’École de la République”, no qual é feita uma análise exaustiva dos variados aspectos relacionados com as escolas. Um relatório que deve ser lido atentamente, sobretudo por aqueles que anseiam entregar-se à tutela das autarquias…

domingo, 28 de dezembro de 2008

E Camus obteve finalmente o Prémio Nobel

Comment choisit-on un Nobel ? Le fonctionnement de l'institution suédoise est entouré de mystère, entre autres parce que ses archives sont tenues secrètes pendant cinquante ans. C'est donc cette année, en 2008, que se sont ouvertes celles de 1957, année où Albert Camus a obtenu le prix Nobel de littérature. Le nom de l'auteur de L'Etranger circulait depuis la fin des années 1940, en même temps que celui d'André Malraux. Entre les deux hommes, ce sera le match de la décennie. Le Monde a consulté les archives de l'académie suédoise pour en faire le récit.
Fonte: LE MONDE

A Educação em 2009, segundo Rui Zink

7 medidas de simplificação do modelo de avaliação para iludir os docentes

O Governo decidiu sete medidas de simplificação do modelo de avaliação do desempenho dos docentes:

1. Garantir que os professores são avaliados por avaliadores da mesma área disciplinar;

2. Dispensar, neste ano lectivo, o critério dos resultados escolares e das taxas de abandono, considerando as dificuldades identificadas pelo Conselho Científico da Avaliação dos Professores;

3. Rever e simplificar as fichas de avaliação e auto-avaliação, bem como os instrumentos de registo.

4. Dispensar as reuniões entre avaliadores e avaliados (quer sobre os objectivos individuais, quer sobre a classificação proposta) sempre que exista acordo tácito;

5. A observação de aulas fica dependente de requerimento dos interessados e é condição necessária para a obtenção da classificação de Muito Bom ou Excelente.

6. Reduzir de três para duas o número das aulas a observar, ficando a terceira dependente de requerimento do professor avaliado;

7. Simplificar o regime de avaliação dos professores avaliadores e compensar nos respectivos horários a sua sobrecarga de trabalho.

Apesar disso, os Professores continuam a recusar este modelo de avaliação imposto pelo Governo. Saiba porquê aqui.

Autarca, uma casta especial?

José Gil: «Há realmente uma nova tendência para o autoritarismo»

ARF – Referiu que um dos aspectos positivos em Portugal nestes últimos anos era as pessoas conhecerem melhor a democracia e estarem a viver melhor a democracia. Mas isto está a incomodar o poder político?

― Claro que está.

ARF – A incomodar muito?

―Esse é o aspecto, se falarmos unicamente no plano político. Portugal não é o plano político. Não é. Felizmente é muito mais do que isso. Não vale a pena bater no ceguinho, toda a gente fala nisso, eu também. Há realmente uma nova tendência para o autoritarismo, para uma nova forma de autoritarismo.

EP – Arrogância?

―Arrogância, autoritarismo. Quer dizer, desprezo da democracia em nome da vontade autocrática de um governante ou dois.

ARF – É o que se passa no caso dos professores? Nomeadamente neste momento em que os professores estão na rua, manifestações imensas. Refere-se muito à não-inscrição. A não-inscrição neste caso é o Governo ignorar isso tudo?

― Totalmente. É um exemplo típico de não-inscrição. Totalmente. Não só não-inscrição. Há pior do que isso. Eu ouvi o secretário de Estado, como milhões de pessoas ouviram na televisão, o secretário de Estado Pedreira dizer, depois das assinaturas, isto foi há três dias.

ARF – O abaixo-assinado.

― O abaixo-assinado apresentado no Ministério da Educação. Dizendo, mas isso podia ser forjado. Quer dizer. Eu fiquei com vergonha.

ARF – Porque não era preciso apresentar a escola.

― Não era preciso apresentar. Poder-se-ia forjar.

ARF – As assinaturas.

― Quer dizer. Não são as 60 mil assinaturas. É o facto de forjar. Percebe?

Entrevista completa no Correio da Manhã

50 agressões em escolas acabam no hospital

Segundo dados do Ministério da Educação e do Observatório de Segurança em Meio Escolar já publicados, no ano lectivo 2006/2007 existiram 1424 agressões ou tentativas de agressões nas escolas, sendo a violência entre alunos a mais recorrente (1092 dos casos identificados). Quanto aos professores e funcionários, foram as vítimas em 332 dos casos.

Dário Prates, da Divisão de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública, reconhece que este tipo de crime é o mais comum nas escolas portuguesas. A Grande Lisboa, o Grande Porto e Setúbal são os locais com mais ocorrências.

“E é preciso ter a noção que muito casos são abafados pelas escolas, que tentam apresentar números de sucesso e preferem não atacar os problemas de frente”, conta uma outra fonte policial contactada pelo DN. “Muitas das situações são relatadas às autoridades apenas por interposta pessoa, ou então quando surgem na internet ou na comunicação social, o que torna muito difícil o nosso trabalho”, continua.

João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, também critica a postura das entidades que desvalorizam incidentes como o ocorrido na escola do Cerco, onde um grupo de alunos ameaçou a professora com uma pistola falsa. “Aligeirar os problemas não é a melhor solução. Temos isso sim de pensar que escola queremos e que comportamento queremos na sala de aula”, alerta o professor, comentando as declarações da directora da Direcção Regional de Educação do Norte, Manuela Moreira, que qualificou o caso do Cerco como uma “brincadeira de mau gosto”.

Fonte: Diário de Notícias

OPINIÃO > Anselmo Borges: «Declaração dos Direitos do Homem»

Há 60 anos, exactamente no dia 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou em Paris a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Havia precedentes. Por exemplo, a famosa Charta Magna libertatum - a Magna Carta -, de 1215. Mas ela começa assim: "Estas são as demandas que os barões solicitam e o senhor rei concede", acabando, portanto, por abranger apenas os "homens livres".

A Declaração de Direitos (Bill of Rights) do Bom Povo de Virgínia, de 1776, já reconhecia os direitos dos indivíduos enquanto pessoas, mas não se estendia a todos, pois não incluía os negros, considerados "uma espécie inferior".

Em 1789, a Assembleia Nacional Francesa promulgou a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas este Homem era ainda só o varão branco e proprietário.

Na Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclama-se, pela primeira vez, que toda a pessoa humana, independentemente do sexo, condição social, raça, religião, nacionalidade, é detentora de direitos fundamentais, que devem ser respeitados por todos, pois são universais e valem em todo o tempo e lugar.

Fonte: Diário de Notícias

OPINIÃO > Manuel Maria Carrilho: «2009 em perspectiva»

Em Portugal, o ano de 2009, com o seu triplo momento eleitoral (europeu, autárquico e legislativo) em contexto de crise aguda, é ainda uma enorme incógnita. Continuamos hoje a enfrentar os mesmos problemas de há dez, 15 anos: deficiências gravíssimas de qualificação, múltiplas fragilidades no domínio da competitividade, desvitalização da nossa democracia, pobreza persistente e muitas desigualdades. Alguns destes problemas põem- -se, é certo, numa escala e em contextos diferentes, mas não se alteraram quanto à sua natureza e causas mais profundas.

Um ano eleitoral como o que aí vem é um ano de incontornável balanço. E deste ponto de vista, há no essencial duas tendências que neste momento parecem já estar bem identificadas e consolidadas: uma parte importante da direita está contente demais com o Governo do PS para arriscar outras apostas. E uma parte significativa da esquerda está zangada demais com o Governo do PS para não as arriscar.

Fonte: Diário de Notícias

OPINIÃO > José Medeiros Ferreira: «Ano dos professores»

OPINIÃO > João Vaz: «Disciplina é obrigatória»

EDUCAÇÃO Figuras nacionais, segundo o «Expresso»

sábado, 27 de dezembro de 2008

Frutos secos aumentam benefícios da dieta mediterrânica

Acrescentar nozes à dieta mediterrânica tradicional, rica em frutas e vegetais, pode originar benefícios extra para a saúde, afirmam investigadores espanhóis num estudo publicado em “Archives of Internal Medicine”, que descobriram este efeito no controlo da síndrome metabólica.

Fonte: PÚBLICO

Faleceu autor do ensaio «Choque de Civilizações»

O politólogo norte-americano Samuel Huntington, autor do conhecido ensaio «Choque de Civilizações», morreu na véspera de Natal, aos 81 anos, anunciou hoje a Universidade de Harvard, na sua página oficial.

Antigo professor desta prestigiada universidade da Ivy League, Samuel Huntington leccionou até 2007, abandonando o ensino “após 58 anos de bons e leais serviços”, lê-se no comunicado divulgado hoje.

Huntington, que faleceu na sua residência em Vineyard, no estado do Massachusetts, foi autor, co-autor e editor de 17 obras e 90 artigos científicos sobre política norte-americana, democratização, política militar, estratégia e ainda sobre política de desenvolvimento.

Fonte: PÚBLICO

Os professores aceitam cada vez mais o calão dos alunos na sala de aulas

Nearly two-thirds of teachers know what pupils mean when they use slang in the classroom.

A survey for the television station Teachers TV found that teachers have to put up with phrases such as innit and mobile phone text slang such as Gr8 regularly littering exam papers and essays.

One teacher said that the worst example of the use of slang he had ever come across was: "Hitler was majorly bad."

But perhaps the most revealing part of the survey is that teachers feel increasingly well versed in the use of slang; 58.5 per cent of those questioned say they understand what pupils are saying when they use such language.

Fonte: TES connect

Expresso: «A guerra dos professores»

Ministra da Educação não cumpre promessa

O semanário Expresso faz na edição deste fim-de-semana um balanço do ano de 2008, destacando as promessas cumpridas e não cumpridas pelo actual Governo. No início da lista surge a avaliação de professores que, apesar da garantia da ministra de que a mesma avançaria este ano, ainda não teve aplicação prática.

OPINIÃO > Nuno Pacheco: «A pistola de plástico, o moralismo e as culpas do costume»

PÚBLICO 27/12/2008

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

FRANÇA A evolução dos progressos escolares vista pelo INSEE ao longo de 40 anos

C'est un petit cadeau que nous fait l'Insee. L'Institut calcule le pourcentage de diplômés dans la population française par tranche d'âge. On obtient ainsi un tableau très instructif des progrès de la scolarisation.

Quel était le pourcentage de diplômés dans la population ces 40 dernières années ? Si les sans diplômes sont nettement plus nombreux que les bacheliers (34% des hommes et 41% des femmes contre 29 et 28%) chez les 55-64 ans, le pourcentage a totalement changé chez les 25-34 ans : 60 et 69% pour les bacheliers, 12 et 11% pour les sans diplôme. En deux générations, le pourcentage de bacheliers a plus que doublé. Celui des sans diplôme a été divisé par 4.

Ces quelques chiffres ne doivent pas nous faire oublier les insuffisances du système éducatif français, les jeunes qui sortent sans qualification reconnue, les milliers d'adolescents qui quittent l'Ecole blessés et humiliés, tous ceux dont le parcours, une étude du Céreq en témoigne aussi aujourd'hui, n'est pas jugé satisfaisant. Mais ils coupent court aux accusations de décadence.

L'autre information intéressante donnée par ce tableau renvoie à la parité. Chez les 55 ans et plus ce sont les hommes qui sont bacheliers davantage que les femmes. C'est le contraire pour les 25-34 ans où les femmes l'emportent nettement. Sur ce terrain-là l'École a sans doute fait beaucoup mieux que certains de ces critiques.

Enquête Insee

Fonte: Le Café Pédagogique