O artigo de Sérgio de Andrade tem plena actualidade e eu concordo com aquilo que ele afirma. Posso até corroborar a opinião do autor com conhecimento de causa.
Na noite de domingo para segunda-feira, como estava sem sono e tinha a televisão ligada, fiz zapping e deparei-me na TVI com um programa que nunca vira antes (“Sempre a Somar”). Por curiosidade, pus-me a seguir a referida emissão. A apresentadora com uma voz melosa incita os telespectadores a participar no concurso e a tentar decifrar a palavra que complete os espaços assinalados com um ponto de interrogação. O mais engraçado é que são inúmeras as soluções possíveis. Liguei para o número que era indicado (760 100 400), cujo custo é também mostrado (60 cêntimos mais IVA). Quando era estabelecida a ligação, ouvia-se uma voz (feminina) dizer “a sua chamada é a número X” e logo a seguir “Tente de novo”. Mas estranho foi o facto de a determinada altura a minha chamada ter sido considerada a n.º 1, quando liguei (propositadamente) já no final de um período de tempo pré-determinado pela apresentadora! Mais estranho ainda foi o facto de a dado passo a apresentadora anunciar “Linha aberta”, período em que pretensamente atenderá todas as chamadas. E aqui é que está o maior logro, porque liguei por duas vezes e deu-me o resultado já esperado, a mesma conversa de sempre: “A sua chamada é a número X. Tente de novo.”
Dá a impressão de estar tudo previamente decidido, com a apresentadora a reconhecer e a tratar pelo nome aqueles cuja chamada telefónica terá sido bafejada pela sorte.
Não haverá nenhuma entidade que fiscalize este tipo de programas das televisões e que as obrigue a ter um mínimo de decência? Se não há, deveria haver! Não é lícito tratar os telespectadores como uns atrasados mentais! Haja mais respeito pelas pessoas!
Eu deliberadamente gastei alguns euros, para testar a seriedade do concurso, mas outras pessoas poderão gastar muito dinheiro, iludidos com a promessa de ganhar facilmente uns milhares de euros.
Infelizmente este género de emissões vai sendo cada vez mais comum nas nossas televisões.
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