“Ex.mo Senhor Ministro da Educação,
Hesitei muito antes de arrumar, sob a forma de carta virtual, estas mal alinhadas palavras.
Quem lhe escreve com atrevimento é um mísero parolo de Viana. Professor vai para 16 anitos, depois de uma razoável dose de estudo, num percurso relativamente bem sucedido, com muitos exames e rigor docente, desde a primária, (já que adiantei um ano, à conta de uma professora rigorosa e acabei, por isso, a ter exame na 4ª classe, coisa rara em gente da minha idade — e não me fez mal nenhum).
Professor do básico, não por falta de alternativa financeira mais compensadora, mas talvez por ter ainda na alma resquícios da vontade juvenil de ser frade missionário ou pelo peso de uma tradição familiar já centenária.
Mas, como diz uma pessoa que respeito muito como educadora, os professores, nem devem ser missionários, nem mercenários e, por isso, convicto de que, na linha das metáforas militares, que a selecção nacional pôs tão em voga, entenderá o que vou dizer, decidi escrever-lhe da trincheira. Director de um agrupamento de escolas, a analogia militar fará de mim talvez o capitão de uma companhia da linha da frente (no meu caso, da frente mais dura, coisa para caçadores ou comandos no exército, dada a realidade social complexa do agrupamento onde estou).”
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