quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Funcionários públicos assistem à vida a andar para trás...


Discurso Directo

“Funcionários públicos ficam pior do que antes”

Bettencourt Picanço, Presidente do STE, sobre as mais recentes medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.
Correio da Manhã – Como vê a devolução de apenas um subsídio aos funcionários públicos?
Bettencourt Picanço – Esta decisão não respeita o princípio da equidade que esteve por trás da decisão do Tribunal Constitucional, por isso não nos contentamos. Mesmo a devolução de um só subsídio a partir de um certo montante entra no bolso do trabalhador apenas para ser levado pelos aumentos anunciados em sede de IRS.
Então a questão da devolução dos subsídios não fica assim encerrada para o STE?
Este problema não está arrumado. Queremos que o Governo cumpra o acórdão do Tribunal Constitucional e devolva os dois subsídios aos funcionários do Estado via o 13.º e 14.º mês. E que não dilua os montantes pelo vencimento mensal. Tem sido sempre esta a posição do STE e não iremos recuar até que o objectivo seja cumprido.
Como ficam os funcionários públicos depois deste anúncio de mais medidas de austeridade por parte do Governo?
Os funcionários públicos ficam pior do que aquilo que já estavam. Não só a devolução do subsídio não se concretiza, por causa do IRS, mas o próprio aumento da carga fiscal, que afecta todos os portugueses, deixa os trabalhadores numa situação mais complicada no próximo ano do que em 2012.
O que podem os trabalhadores do Estado fazer para evitar estas medidas de austeridade?
O Governo tem de ouvir as estruturas sindicais e negociar com os representantes dos trabalhadores do Estado. Perante mais medidas de austeridade, como as anunciadas, não pomos de parte a realização de uma greve geral. A contestação social tem vindo a subir de forma geral contra os sacrifícios exigidos.

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