Discurso Directo
“Funcionários públicos ficam pior do que antes”
Bettencourt Picanço,
Presidente do STE, sobre as mais recentes medidas de austeridade anunciadas
pelo Governo.
Correio da Manhã –
Como vê a devolução de apenas um subsídio aos funcionários públicos?
Bettencourt Picanço
– Esta decisão não respeita o
princípio da equidade que esteve por trás da decisão do Tribunal
Constitucional, por isso não nos contentamos. Mesmo a devolução de um só
subsídio a partir de um certo montante entra no bolso do trabalhador apenas
para ser levado pelos aumentos anunciados em sede de IRS.
Então a questão da devolução dos subsídios não fica
assim encerrada para o STE?
Este problema não está
arrumado. Queremos que o Governo cumpra o acórdão do Tribunal Constitucional e
devolva os dois subsídios aos funcionários do Estado via o 13.º e 14.º mês. E
que não dilua os montantes pelo vencimento mensal. Tem sido sempre esta a
posição do STE e não iremos recuar até que o objectivo seja cumprido.
Como ficam os funcionários públicos depois deste
anúncio de mais medidas de austeridade por parte do Governo?
Os funcionários públicos
ficam pior do que aquilo que já estavam. Não só a devolução do subsídio não se
concretiza, por causa do IRS, mas o próprio aumento da carga fiscal, que afecta
todos os portugueses, deixa os trabalhadores numa situação mais complicada no
próximo ano do que em 2012.
O que podem os trabalhadores do Estado fazer para
evitar estas medidas de austeridade?
O Governo tem de ouvir as
estruturas sindicais e negociar com os representantes dos trabalhadores do
Estado. Perante mais medidas de austeridade, como as anunciadas, não pomos de
parte a realização de uma greve geral. A contestação social tem vindo a subir
de forma geral contra os sacrifícios exigidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário