quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Quem disse que a História não se repete?
Barranco de Cegos
(capítulos I, VII, XXI)
O Governo procurava um travão para o descalabro,
mas estava também a contas com credores que lhe impunham liquidações já
vencidas. A falência do Baring, em Inglaterra, prestamista do Estado, fora um
dos sinais da crise. Dera-se a inflação, aumentara a circulação fiduciária.
Subiam os preços. E a instabilidade, o receio do pior pegara-se aos espíritos
quando, depois da implantação da república no Brasil, surgira o ultimato
inglês, em Janeiro de 90, por causa de África.
Um ano depois, a revolta republicana no Porto
apressara o pavor, num sinal de que tudo se poderia perder às mãos da canalha
carbonária. A partir daí o Governo reparara no exército.
E dava-se ao luxo, por motivos eleitorais, de
cobrir os destemperos dos banqueiros nortenhos, metidos até aos cabelos nas
negociatas dos caminhos-de-ferro, nas salamancadas.
Tentara fazê-lo com o empréstimo dos Tabacos, mas a
manobra redundara num fracasso para o Estado, ficando ainda em grande parte,
setenta por cento, nas mãos de franceses e alemães.
O Banco Lusitano já rachara pelo meio. E nos
descalabros das finanças entrelaçavam-se as concessões dos caminhos-de-ferro de
Lourenço Marques, o escândalo da Companhia do Niassa e as consequências do novo
tratado com a Inglaterra. Caminhava-se para a bancarrota.
Sacudia-se a Europa em mais outra crise. De
superprodução. Enquanto a nossa era financeira, de especulação pura.
Os câmbios
baixos do Brasil forçavam a emigrar os que viviam desses rendimentos em Lisboa
e no Porto; e eram muitos. Fechavam-se fábricas e ficavam mais operários sem
trabalho. Entre o protesto de letras e o desespero de muitos créditos
volatilizados, encerravam-se lojas e muitos comerciantes biscavam no suicídio a
saída válida para a desonra. Usava-se a corda, o tiro no céu-da-boca e o rodado
do comboio para resolver alguns problemas.
(...)
Metade das
receitas do Estado iam para os encargos da dívida pública. O Crédit Lyonnais
não deixava de insistir no reembolso da soma bárbara que emprestara à Fazenda
Nacional e os liquidatários do Baring batiam a mesma solfa; a maior parte do
empréstimo dos Tabacos esvaíra-se em juros, só juros de dívida externa nos
sinapismos para aguentar certas companhias e na compra de prata para amoedar.
No Banco de Portugal tinham-lhe dito, em confidência, sob palavras de honra,
que o deficit da balança comercial iria descer, mas só por falta de cheta; e
que em Lisboa, só em Lisboa, haviam falido e encerrado as portas mais de
quatrocentas lojas.
(...)
Diziam que a agricultura vivia à sombra das árvores
da preguiça, do sobreiro e da oliveira, mas esqueciam-se de sublinhar que o
dividendo da sociedade anónima era outra árvore de mandria, maior e mais falsa,
porque as outras mudavam de dono, mas não secavam facilmente, e essa morria sem
se saber de quê.
Morria
quando convinha aos que a haviam plantado, sem quais quês. Bastava vir a
companhia estrangeira que oferecesse boa posição aos accionistas principais. E
adeus patriotismo.
(...)
A propósito das ambições anglo-saxónicas sobre a
África Portuguesa, Diogo Relvas aludiu a essa Europa de egoísmo e rapina, onde
já se misturavam ideias de repúblicas socialistas. Falou das greves por toda a
parte. Entre nós deveria fazer-se a mão pesada sobre os agitadores.
Alves Redol, 1961
(Na comemoração do centenário
do seu nascimento)
__________________________________________
SEARA NOVA N.º 1722 | Inverno | 2012
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
A grande ilusão?!...
Ministérios das
Finanças e da Educação e Ciência
Fixa o número de vagas atribuído a cada um
dos quadros de zona pedagógica, a preencher no concurso externo extraordinário
regulado pelo Decreto-Lei n.º 7/2013,
de 17 de janeiro
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
António Barreto está enganado!...
“Tem-se
medo de dizer que, no conjunto europeu, os professores
são mais bem tratados que os professores dos outros países, ou que os funcionários públicos têm um regime global muito
privilegiado em relação aos trabalhadores do privado, que há inúmeras
excepções para os emigrantes, para os habitantes dos Açores, para os residentes
na Madeira, para as pessoas do Interior, para os filhos dos emigrantes, para os
filhos destes, daqueles e daqueloutros. Há inúmeras situações de privilégios e
privilégios. Sabe-se isto tudo há muitos anos e os governos fogem sempre a
discutir isso. Porque isso não dá votos, não serve para a demagogia. E então
põe-se o FMI ao serviço.”
António Barreto em entrevista ao jornal i
Comentário:
No que diz respeito aos professores, ou António Barreto está
a referir-se aos docentes do Ensino Superior ou então anda muito mal informado,
sem ler jornais ou ver Telejornais. Já li coisas absurdas defendidas por ele,
nomeadamente a “municipalização” da Educação, por isso já nem estranho estas
suas tiradas. Mas lamento que uma pessoa da sua craveira emita tais opiniões!…
sábado, 19 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
sábado, 5 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
A Justiça não dorme...
Tribunal suspende anulação de contratos
O
Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa decretou provisoriamente uma providência cautelar interposta por cerca de
40 professores do Agrupamento de Escolas Prof. Agostinho da Silva, em Casal de
Cambra (Sintra), e mandou suspender a anulação dos contratos destes docentes.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Morreu «capitão de Abril»
Conheci
pessoalmente Marques Júnior em 1983,
quando fui chamado a cumprir o Serviço Militar Obrigatório na Escola Prática de Infantaria (EPI), no
Curso Geral de Milicianos, em Mafra. Marques Júnior era então capitão e comandava
a Companhia na qual estava integrado o pelotão a que eu pertencia. Ficou-me a
impressão de que era um militar muito diferente de outros que se cruzavam
connosco no serviço militar, simpático, respeitado pela sua actuação e não
apenas pelo peso das suas divisas. Mais tarde ingressou na vida política, tornando-se
deputado na Assembleia da República, primeiro pelo Partido Renovador
Democrático (PRD) e mais tarde pelo Partido Socialista.
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